O empresário Paulo César Machado, acusado de matar o funcionário Rafael da Silva Cardozo, em outubro de 2022, será julgado nesta terça-feira, 26, a partir das 9h, no Fórum de Birigui. O julgamento será conduzido pela juíza Moema Moreira Ponce Lacerda, com atuação do promotor de Justiça Rodrigo Marcondes Mazzilli. A sessão será aberta ao público.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Paulo César teria matado Rafael por motivo fútil, durante uma discussão sobre o uso do celular da empresa. O crime foi classificado como homicídio qualificado, por dificultar a defesa da vítima, além da ocultação de cadáver.
A acusação narra que, após desentendimentos anteriores, no dia do crime o empresário tentou aplicar um golpe de “mata-leão” na vítima e, não conseguindo, usou uma corda para desmaiá-la. Em seguida, golpeou Rafael com um pedaço de madeira na cabeça, causando a morte por traumatismo cranioencefálico.
Ainda segundo a denúncia, Paulo César tentou ocultar o corpo em diferentes locais, chegando a transportá-lo em sua caminhonete e posteriormente enterrá-lo parcialmente em um canavial da região. Dias depois, trabalhadores rurais encontraram o cadáver e acionaram a Polícia Militar.
O empresário é proprietário do “Empório de Alhos Pérola Eireli”, que atua na distribuição de alho, cebola, batata e tomate. A vítima trabalhava na empresa como vendedor externo.
Relembre o caso
Na manhã de 4 de novembro de 2022, o corpo de Rafael Rodrigo da Silva Cardozo, de 35 anos, foi encontrado parcialmente enterrado em um canavial da zona rural de Birigui, às margens da rodovia Deputado Roberto Rollemberg (SP-461), entre os quilômetros 33 e 34.
O reconhecimento foi feito pela companheira da vítima, também de 35 anos, no final da tarde daquele dia. Mais cedo, ela havia procurado a Polícia Civil para registrar o desaparecimento do marido, com quem vivia havia nove anos. Segundo seu relato, Rafael saiu de casa em 28 de outubro para trabalhar em um barracão de venda de alho e cebola, mas não voltou. Ela contou ainda que o companheiro fazia uso de entorpecentes e, por vezes, permanecia fora de casa por até cinco dias, o que inicialmente não a fez suspeitar de imediato.
Ao saber da localização de um corpo em meio ao canavial, a mulher compareceu ao IML (Instituto Médico Legal). Embora estivesse prevista a coleta de material para exame de DNA, ela insistiu em ver o cadáver e conseguiu identificar o companheiro por tatuagens e pela cueca que ele vestia um presente dado por ela.
O corpo estava em um local de difícil acesso, vestido apenas com a peça íntima, e com a cabeça completamente enterrada. Não foram encontrados documentos próximos. Após a conclusão do exame necroscópico, o corpo foi liberado para velório e sepultamento.
Durante a perícia, os técnicos não constataram fraturas aparentes, mas observaram uma coloração rosada na região da mandíbula, indício que poderia sugerir morte por asfixia. No entanto, os peritos ressaltaram que o contato com a terra poderia ter provocado tal aspecto.
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