
A Justiça de São Paulo determinou o arquivamento de quatro inquéritos policiais que investigavam o hacker Patrick César da Silva Brito, natural de Araçatuba. As decisões seguiram pareceres do Ministério Público, que apontou ausência de elementos suficientes para dar continuidade às investigações ou iniciar ações penais.
Os casos envolviam denúncias feitas por figuras públicas da região, incluindo a prefeita de Bauru, Suéllen Rosim, os ex-vereadores de Araçatuba Cido Saraiva e Antônio Edwaldo "Dunga" Costa, além do ex-prefeito Dilador Borges.
De acordo com o advogado Daniel Madeira, que representa Patrick, o arquivamento dos inquéritos confirma que as acusações careciam de sustentação legal e base probatória.
Caso Suéllen Rosim: ação privada e prazo vencido
Em julho de 2024, Suéllen Rosim acusou o hacker de calúnia, difamação e injúria após declarações feitas por ele durante uma Comissão Especial de Inquérito. Como o tipo de ação penal nesse caso é de natureza privada e dependia de queixa-crime, o Ministério Público considerou que o prazo legal de seis meses não foi respeitado. O arquivamento foi homologado pela Justiça.
Caso Dunga: extorsão e mensagens analisadas
O ex-vereador Antônio Edwaldo "Dunga" Costa afirmou ter sido alvo de tentativa de extorsão por parte de Patrick, que supostamente exigiria favores em troca de informações comprometedoras sobre adversários políticos. Também teria recebido ameaças via WhatsApp. O hacker negou as acusações e classificou o episódio como perseguição política. Após a análise de áudios e mensagens, o Ministério Público concluiu que as provas eram insuficientes para apresentar denúncia. O caso foi arquivado, mas poderá ser reaberto se surgirem novos indícios.
Caso Cido Saraiva: entrevista polêmica e ausência de queixa
Em dezembro de 2023, durante uma entrevista à Rádio Band FM de Araçatuba, Patrick teria acusado o ex-vereador Cido Saraiva de envolvimento em um suposto ataque cibernético contra o então prefeito Dilador Borges. Sem apresentação de queixa-crime dentro do prazo legal, o Ministério Público também solicitou o arquivamento, acatado pela Justiça.
Falsificação de recibo: empréstimo confirmado
Outro inquérito investigava Patrick por suposta falsificação de documento, relacionado à origem de R$ 10 mil apreendidos durante busca e apreensão em 2021. A quantia estava vinculada a investigações envolvendo o ex-prefeito Dilador Borges. Segundo a defesa, o dinheiro era fruto de um empréstimo feito por um empresário à mãe de Patrick, versão confirmada posteriormente pelas apurações. Sem indícios de falsidade ideológica ou dano à fé pública, o caso também foi arquivado.
Futuro indefinido
Com os arquivamentos, Patrick se vê livre das acusações mais recentes. No entanto, o cenário jurídico ainda permanece em aberto, já que outros episódios envolvendo seu nome seguem sob análise.
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