
Desde o último dia 30 de abril, estudantes universitários da rede particular de ensino que moram na zona rural de Araçatuba estão, literalmente, a pé.
Isso porque a Secretaria Municipal de Educação suspendeu o transporte escolar para esse público, alegando “impedimentos legais e contratuais” que inviabilizam a continuidade do serviço.
A decisão afetou, segundo apuração da reportagem, pelo menos seis estudantes residentes nos bairros Jangada, Jacutinga, Pratinha e da Prata. Sem transporte público escolar, os jovens agora enfrentam dificuldades para continuar frequentando a faculdade e arcar com os custos extras de deslocamento até a área urbana.
Atualmente, o ônibus escolar disponibilizado pelo município ainda circula pela zona rural, mas leva apenas uma única estudante matriculada no Ensino Médio no Instituto Educacional Manoel Bento da Cruz (IE). O restante do trajeto é feito com o veículo praticamente vazio, contrastando com a demanda não atendida dos estudantes universitários.
Em comunicado oficial enviado aos pais e alunos, a Secretaria Municipal de Educação informou que a suspensão é por tempo indeterminado e abrange alunos de cursos técnicos, tecnológicos, preparatórios e do ensino superior. A pasta justifica a decisão com base em entraves legais e contratuais, e afirma que a medida também visa evitar “caronas ou transportes irregulares de alunos”.
A situação gerou indignação entre os moradores da zona rural e foi tema de debate na 15ª sessão ordinária da Câmara de Araçatuba, realizada na última segunda-feira (12). O vereador Luis Boatto (Solidariedade) levou a pauta ao plenário e protocolou um requerimento solicitando esclarecimentos à Prefeitura.
“Estamos falando de jovens que estão querendo estudar. Jovens que serão prejudicados no ano letivo por dependerem exclusivamente desse transporte para chegar à universidade”, afirmou Boatto. “A Constituição diz que a educação é um direito de todos e dever do Estado. O que estamos vendo aqui é justamente o contrário.”
Enquanto aguardam uma possível solução, os alunos afetados seguem buscando alternativas individuais para chegar às aulas arcando com custos não planejados e enfrentando a incerteza de um serviço que, até então, era essencial para garantir o acesso à educação superior.
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