Título meio esquisito esse... Mas quem é da terra talvez entenda. Os dois são santos e ambos são titulares de duas das então mais belas praças da cidade. Ambas, faz tempo, relegadas ao descaso e abandono escancarado. O assunto para essa crônica é outro, mas também não é. Me refiro às festas de São João que eram realizadas na Praça São Joaquim, cujo santo, embora relevante para a Igreja Católica, não foi aquinhoado(êpa!) pelos festeiros portugueses na colonização do Brasil, embora seu dia seja celebrado em 26 de junho, quase vizinho ao de João, em 24 do mesmo mês.
São Joaquim, para quem não sabe, é o nome lusitano do bíblico Eliaquim, ou Eli ou ainda Heli, avô materno de Jesus Cristo. Era parente próximo de José, marido de Maria, sua filha com Ana, que também virou santa, e pai terreno do Messias. Heli e Ana como pais de Maria, portanto, eram avós de Yeshua, ou Jesus, e parentes próximos por parte do pai, José. Comum isso naquelas priscas(êpa!) eras.
Fato é que, nessas plagas, São Joaquim foi escolhido para patrono de uma bela praça no coração do bairro do mesmo nome, onde, defronte a ela, ao sul, pontifica a simpática Capelinha de Santa Rita, que está ali por acaso, pois nada tinha a ver com nenhum deles. Foi uma santa sofrida e maltratada no século XIV, que se tornou protetora das mulheres casadas, não havendo menção histórica quanto às solteiras, amasiadas ou concubinadas. Coisa também da época, até porque a Igreja Católica sequer imaginava outra possibilidade de proteção, deixando muitas mulheres ao relento.
Mas a praça, ela própria, está em péssimas condições. Bancos quebrados, postes idem e com fios expostos, árvores centenárias quase todas matadas de abandono, jardins sem arbustos ou flores, ex-fonte luminosa sem água e sem iluminação, monumentos sujos e sem identificação, piso de pedras portuguesas semi destruídos, lixeiras inexistentes, mobiliários deteriorados sem qualquer manutenção. Ou seja: estado de calamidade! Precisa de intervenção imediata para restauração do conjunto e modernização da infraestrutura, recuperação do cabeamento elétrico, iluminação alta e rasteira, sistema hidráulico, mobiliário e segurança. Ou seja: o básico para qualquer praça que se preze!
No tempo em que a praça esbanjava harmonia, era comum no final de junho ocorrerem ali, no entorno do também desaparecido coreto (ninguém sabe porque tiraram e para onde removeram), belas e alegres festas de São João, que não mais se repetiram há décadas. Necessário urgentemente restaurar a Praça São Joaquim! Quem sabe volte a receber festivamente São João?
Jeremias Alves Pereira Filho
Sócio de Jeremias Alves Pereira Filho Advogados Associados; Especialista em Direito Empresarial e Professor Emérito da UPM-Universidade Presbiteriana Mackenzie. Araçatubense nato.
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