Opinião

Anjos do bem

29/10/2023 | Tempo de leitura: 2 min

 

Raízes cristãs inspiram a celebração do HALLOWEEN! A festa lembra as tradições realizadas na véspera da solenidade católica de Todos os Santos, celebrada todo dia 1º de novembro. Na origem irlandesa, a tradição do Halloween estimulava crianças a irem de casa em casa pedindo doces aos vizinhos e em troca prometiam orar pelos doadores e comprometiam-se a bem comportar-se. Ao migrarem para os Estados Unidos, os irlandeses levaram consigo a tradição católica do HALLOWEEN. A cultura puritana protestante, predominante nos Estados Unidos, explorou o lado sombrio da brincadeira, dando destaque a espíritos maus que ameaçavam roubar os doces dos pequenos e assim afastá-los do caminho do bem. Começam, então, a aparecer e a propagar-se imagens de bruxas e de outras figuras sinistras, simbolizando os inimigos do bem. O tino comercial explora bem tanto o jogo de disfarce como também o estranho gosto de assustar os outros, a ponto de, hoje, a festa de HALLOWEEN perde em faturamento somente para o Natal. Pelo lado cultural e educativo lamenta-se estarem as bruxas suplantando a lembrança dos heróis cristãos. Os santos, na verdade, são gente como todos, mas que souberam viver os valores evangélicos, cada um dentro de sua realidade particular. Uma brincadeira que originariamente foi pensada como estímulo e inspiração para uma vida pautada na caridade evangélica, degenerou-se em indigente representação de horror!

Emerge, espontânea, a pergunta: o que mais educa uma criança; explorar a assustadora influência de fantasmas sinistras ou difundir o exemplo de gente que, inspirada por sentimentos profundamente humanitários, dedica-se a promover vida e o bem-estar entre vizinhos? Embora pareça obvia a resposta, o esquema comercial impõe seus valores. Sem piegas saudosismo, lamenta-se a dócil submissão a interesses comerciais e a controversas abordagens de relacionamentos. Assiste-se, na festa de HALLOWEEN, a mesma distorção que marca atualmente a celebração do Natal do Filho de Deus! O religioso perde espaço para o profano!

Por mais apelativo que fosse, o profano nunca consegue sobrepor-se por completo à dimensão religiosa. No caso do HALLOWEEN, a exposição das bruxas acena, indiretamente, para a importância da prática da bondade. Sagazes educadores saberão explorar a necessidade de orientar as crianças a não se deixarem impressionar por forças que querem afastá-las do caminho do bem. Bonito é evoluir-se em anjo do bem e não permitir-se desfigurar-se em repulsivo bruxo de maldades! Quem persevera no bem, no fim sempre sai vitorioso. Não há futuro na prática de maldades. Sábios e prudentes, pais e educadores saberão aproveitar-se da importada efeméride para convencer seus pupilos que o que vale mesmo é ser anjo de bem. Afinal, anjos são sempre bem vindos! Bruxos são prontamente repelidos e esconjurados. E no fim das contas, receber e deliciar-se com doces é supremo prazer! 

 

Padre Charles Borg é vigário-geral da Diocese de Araçatuba

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