
A Promotoria de Justica de São Paulo abriu um inquérito para investigar a fábrica de calçados Dok, de Birigui, conhecida nacionalmente por produzir os calçados Ortopé e Dijean. Segundo a Promotoria, a empresa teria contraído uma dívida milionária no mercado ao supostamente lançar notas fiscais frias de vendas para vários fornecedores e, assim, obter empréstimos vultosos em bancos e que não foram pagos dentro dos prazos previstos.
A Polivia Civil de Birigui instaurou também 17 inquéritos contra a empresa, sob a acusação de estelionato. De acordo com as autoridades, as transações teriam gerado um rombo de R$ 382 milhões no mercado. As notas fiscais supostamente fraudadas são de R$ 20 milhões emitida para a Riachuelo, R$ 15 milhoes para a Renner e R$ 4 milhões para a Puma. Todas essas redes afirmaram desconhecer tais montantes de notas.
O Grupo Dok foi fundado em Birigui, em 2010. Há dois anos o grupo comprou os produtos da Vulcabras e passou a produzir calçados para as marcas Arezzo, Bata e Puma. A fábrica tem 4 mil funcionários e exporta para mais de 20 países e afirma estar passando por dificuldades financeiras depois de adquirir o portfolio da empresa Esposende, do Rio de Janeiro, no ano passado.
De acordo com a Policia Civil, o esquema teria origem em emitir notas fraudulentas que simulavam vendas que nunca existiram para obter lastro no mercado financeiro. A partir de novembro último, os empréstimos contraídos com grandes bancos começaram a atrasar, o oue levou à descoberta do suposto esquema.
"Eles alegavam fornecimento contínuo, então todo mês havia liquidação dos títulos. Em dezembro começaram a surgir os calotes e, depois, os fornecedores afirmaram que não tinham feito aquelas compras", explicou o advogado José Luis Dias da Silva, preposto do grupo Evolut Fundo de Investimentos.
Por outro lado, a Dok entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça, que caso aceito suspenderá as cobranças por 6 meses até que a empresa apresente um plano de pagamento parcelado. O Evolutt entrou com um pedido de falência na Justiça que ainda não foi julgado.
O Fundo afirma que, se a Justica reconhecer a fraude, a falência sera decretada e 4 mil trabalhafores de Birigui poderão perder o emprego.
Procurada pela reportagem, a Dok não se manifestou e nem indicou um advogado para falar sobre as acusações. Caso se manifeste, esta reportagem será atualizada.
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