
Chico Xavier foi operado no Hospital Santa Helena, em São Paulo, no dia 30 de agosto de 1968. Era uma noite de inverno, o frio era intenso, mantínhamos uma calma aparente, mas as expectativas nos atemorizavam.
Ele fez suas orientações para nosso procedimento caso desencarnasse. Trazia embrulhado um pacotinho que deu ao Galves (Francisco, meu marido). Suas economias, segundo ele, para pagar a cirurgia e as despesas do hospital. Galves guardou o dinheiro com lágrimas nos olhos. Chico apenas nos pedia proteção e carinho numa hora tão difícil.
Em princípio, ele seria operado da próstata, mas o plano espiritual encarregou-se de também liberar Chico de uma hérnia da qual era portador há bastante tempo. Assim foi feito. Ele foi beneficiado na mesma oportunidade com retirada de várias sequelas provenientes dos maus-tratos na infância, quando sua madrinha, uma pessoa doente, como classificava Chico, espetava-lhe garfos no abdômen.
O inverno era bastante rigoroso, mas o quarto permanecia sempre aquecido, sem que para isso precisássemos recorrer à aparelhagem apropriada. Mais tarde, Chico nos relatou que Espíritos benfeitores revezavam-se, em contínua vigilância, para preservar o ambiente de qualquer interferência menos benéfica a seu restabelecimento.
Chico manifestou o desejo de agradecer aos funcionários mais humildes, que muito haviam colaborado para seu bem-estar em um período tão difícil. Pediu a Galves que adquirisse, e lhe trouxesse ao hospital, dez dúzias de rosas coloridas.
Amparado por Galves e Suzana dirigiu-se à enfermaria, à cozinha, à portaria. E ao agradecer as preces feitas em seu favor oferecia rosas e beijava as mãos de quem lhe havia servido em anonimato. Um perfume vindo do plano espiritual exalava a cada beijo ou gesto de Chico; era também um agradecimento dispensado por ele.
Voltou ao leito cansado, com lágrimas nos olhos e o coração agradecido. Os corredores e demais dependências por onde Chico havia passado permaneceram perfumados por um bom tempo. Este é um dos muitos momentos que nos revelam a grandeza espiritual deste médium.
Quando Chico estava no leito, impossibilitado de movimentar-se, todos sentíamos este perfume que exalava de suas roupas, de seus travesseiros, do copo onde ele encostava seus lábios, enfim, em tudo que tocava. Quando orávamos em seu favor, as rajadas de perfume que recebíamos eram mensagens que os espíritos nos mandavam em agradecimento, assegurando-nos que estavam conosco.
Muitos amigos quiseram colaborar no custeio da cirurgia, mas foi desnecessário. Antes que fosse efetuado o pagamento das despesas hospitalares e profissionais, elas foram totalmente dadas por acertadas. A diretoria do Hospital Santa Helena nada cobrou pelos procedimentos e hospedagem. Os médicos também fizeram questão de nada cobrar.
Nena Galves é autora do livro “Até sempre Chico Xavier” e foi amiga do médium por mais de 40 anos. Descreve esta Face Espírita/Ano 12 para publicação na Folha da Região
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