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Cura moral dos encarnados - Por Wellington Balbo

Por Redação |
| Tempo de leitura: 2 min

Sempre perguntam a razão pela qual um Espírito, quando comparece a uma reunião mediúnica, mesmo sendo considerado “mau”, acolhe com mais facilidade os conselhos para moralizar-se do que quando estava encarnado. Trago uma reflexão produzida após leitura do texto “Cura moral dos encarnados”, que está publicado na Revista Espírita, edição de julho de 1865.

Segundo o texto, um rapaz, cego há mais de uma década, havia merecido atenção de um espírita que – por meio do magnetismo – objetivava curá-lo. Ocorre que o rapaz era ingrato e dava provas de ser um Espírito sem boas noções morais.

Então, São Luís (Espírito) informa que para os bons fluidos poderem penetrar é necessário que o indivíduo, vítima da enfermidade, trabalhe para que os maus fluidos que o envolvem sejam dissipados. A compreensão é a de que os bons fluidos não penetram em ambiente saturado pelos maus fluidos. A ação magnética, segundo São Luís, será inócua enquanto não houver a vontade do encarnado em eliminar os maus fluidos.

Filas aglomeram-se nos centros espíritas para receber o chamado “passe”, mas os benefícios deste, atuando dentro das leis da natureza, não poderão adentrar corações repletos de maus sentimentos. No caso em questão, São Luís descarta que o encarnado esteja em processo obsessivo, informando que, em realidade, é sua natureza dura que dificulta a situação, colocando-o em contato com maus Espíritos.

Esta narrativa de São Luís coloca a responsabilidade no indivíduo, situando-o não como vítima dos maus Espíritos, mas como agente principal de sua infelicidade. Ele aborda a influência que o ambiente exerce sobre o Espírito. Sendo a Terra um mundo de provas e expiações, morada de Espíritos ainda pouco moralizados, é fato que o ambiente e as companhias que circundam este encarnado pesarão em sua tomada de decisões.

Eis a razão pela qual se deve primar pela construção de ambientes harmoniosos para que Espíritos mais endurecidos possam encontrar condições para desenvolverem-se moralmente. Prossegue São Luís nos comentários e pede a união de pessoas por este rapaz. O objetivo é nobre: emanação de bons sentimentos com o intuito de construir em relação a ele ondas de bons fluidos para que se dissipem os maus fluidos em que se acha mergulhado.

O Espírito Erasto também participa da reunião e explica: “Os desencarnados estão sem os embaraços que a matéria impõe. Estar na carne, portanto, requer uma ação ainda mais tenaz da vontade para serem vencidas as limitações”. Ficam três lições deste texto da Revista Espírita, editada por Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita.

Nem sempre é possível uma ação eficaz do magnetizador para a cura dos males físicos porque é preciso tratar, antes, o mal moral.

Nem todo problema, seja ele físico ou moral de um encarnado é oriundo de um processo obsessivo como, não raro, costuma-se dizer em verso e prosa.

A vida na matéria coloca obstáculos a mais para moralização do Espírito, o que solicita deste a ampliação da vontade para vencer suas próprias limitações.

Wellington Balbo é escritor espírita e descreve esta Face Espírita/Ano 12 para publicação na Folha da Região.

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