Esses são os versos inicias da famosa música “Tocando em frente”, de Almir Sater e Renato Teixeira. Música essa de letra tão verdadeira quanto simples, e que nos faz pensar: Por que temos tanta pressa?”
Após a Revolução Industrial (final do século XVIII, início do XIX) o mundo ficou apressado. Criou-se a noção de produtividade onde o ideal é produzir mais e melhor, gastando menos recursos e tempo. A rapidez ficou essencial.
Bebês são superestimulados para que se desenvolvam melhor e mais rápido. Crianças pequenas têm agenda de executivos para que seu potencial seja explorado completa e precocemente. Escolhe-se a escola maternal do filho já pensando na faculdade que ele cursará. E quando esse filho finaliza a faculdade, ele já tem pressa de começar sua primeira pós-graduação. De encontrar seu primeiro grande emprego. De comprar seu primeiro carro, sua primeira casa… Pressa de construir sua vida comprando bens parcelados em vários meses porque queremos possuí-los o quanto antes, ainda que os mesmos estejam muitas vezes inutilizados antes que paguemos sua última parcela.
E assim vamos percorrendo a vida, gastando nossas preciosas horas perseguindo metas que, quando atingidas, farão tanto sentido assim?
Foi fundado em 1986, por Carlo Petrini o movimento Slow food (cujo símbolo é um caracol). Esse movimento espalhou-se pelo mundo difundindo o conceito de que “é inútil forçar os ritmos da vida. A arte de viver consiste em aprender a dar o devido tempo às coisas”.
E desse movimento vêm surgindo outros. Como o Slow Movement (movimento devagar) que prega uma revolução cultural para a desaceleração da vida cotidiana e tem como um dos seus maiores expoentes o jornalista Carl Honoré.
Então, se o ritmo cotidiano está tão frenético que suga todas suas energias talvez seja hora de dar uma pausa. Desligar o celular, fazer algo simples como sentar-se para tomar um café fresco saboreando esse momento sem pensar no antes e no depois. Reencontrar, mesmo que por um instante, a calma.
Ana Laura Almeida é cirurgiã dentista
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