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Jesus nasce no período de Augusto

Por Redação |
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Há várias informações na literatura espírita sobre os momentos que antecederam o nascimento de Jesus, fortalecendo a ideia de um preparativo para tal acontecimento histórico.

O imperador romano Augusto - primeiro imperador e com o maior tempo de mandato: 41 anos (27 a.C.-14 d.C.) - iniciou o longo período de paz conhecido como Pax Romana 2 depois de muitas décadas de guerra civil durante a fase republicana de Roma. Foi um governo de ordem e respeito à hierarquia; conservador e austero; esforçou-se para reviver as virtudes esquecidas das antigas tradições e da religião; tentou controlar a moral pública e o casamento; reorganizou a administração, inclusive das províncias, e as forças armadas; executou grandes obras e saneou as finanças do Estado; estimulou a cultura e a literatura latina.

O consagrado historiador do cristianismo, Daniel Rops, chega a afirmar que "nada há, daquilo que os homens podem pedir a Deus, que Augusto não tenha proporcionado ao povo romano e ao universo".

Análise da historiadora Norma M. Mendes considera que Augusto não era um tirano, mas possuidor de virtudes estóicas, se encaixando no conceito de soberano como benfeitor universal.

Por ocasião de sua morte, um senador propôs dar o nome de Augusto ao mês de seu nascimento e morte, daí ter surgido a designação do mês de agosto, do latim augustus, no calendário gregoriano. Outro senador sugeriu que todo o espaço de tempo decorrido entre o seu nascimento e sua morte recebesse o nome de "Século de Augusto". Durante seu reinado, sua esposa Lívia exerceu muita influência política. Foi substituído por Tibério, filho de Lívia e, portanto, seu enteado. A ação de Jesus ocorreu no período de Tibério.

No livro Boa Nova, pela psicografia de Chico Xavier, o Espírito Humberto de Campos confirma a visão histórica sobre o papel desempenhado pelo notável imperador e acrescenta comentários sobre sua missão na Terra.

"Uma nova era principiara com aquele jovem enérgico e magnânimo. O grande império do mundo, como que influenciado por um conjunto de forças estranhas, descansava numa onda de harmonia e de júbilo, depois de guerras seculares e tenebrosas. Por toda parte levantavam-se templos e monumentos preciosos. O hino de uma paz duradoura começava em Roma para terminar na mais remota de suas províncias, acompanhado de amplas manifestações de alegria por parte da plebe anônima e sofredora. A cidade dos césares se povoava de artistas, de espíritos nobres e realizadores. Em todos os recantos, permanecia a sagrada emoção de segurança, enquanto o organismo das leis se renovava, distribuindo os bens da educação e da justiça. Ele, que era o regenerador dos costumes, o restaurador das tradições mais puras da família, o maior reorganizador do Império, seu nome foi dado ao século ilustre que o vira nascer. Seus numerosos anos de governo se assinalaram por inolvidáveis iniciativas. A alma coletiva do Império nunca sentira tamanha impressão de estabilidade e de alegria. A paisagem gloriosa de Roma jamais reunira tão grande número de inteligências. É que os historiadores ainda não perceberam, na chamada época de Augusto, o século do Evangelho ou da Boa Nova. Esqueceram-se de que o nobre Otávio era também homem e não conseguiram saber que, no seu reinado, a esfera do Cristo se aproximava da Terra, numa vibração profunda de amor e de beleza."

O Espírito Emmanuel, no livro A caminho da luz, também psicografado por Chico Xavier, faz a análise sob a ótica espiritual e destacamos do item designado "O século de Augusto": " eis que ia cumprir-se a missão do Cristo, depois de instalados os primeiros Césares do Império Romano. A aproximação e a presença consoladora do Divino Mestre no mundo era motivo para que todos os corações experimentassem uma vida nova, ainda que ignorassem a fonte divina daquelas vibrações confortadoras. Em vista disso, o governo de Augusto decorreu em grande tranquilidade para Roma e para o resto das sociedades organizadas do planeta. Realizam-se gigantescos esforços edificadores ou reconstrutivos. Belos monumentos são erigidos. O espírito artístico e filantrópico de Atenas revive na pessoa de Mecenas, confidente do imperador, cuja generosidade dispensa a mais carinhosa atenção às inteligências estudiosas e superiores da época, quais Horácio e Vergílio, que assinalam, junto de outras nobres expressões intelectuais do tempo, a passagem do chamado século de Augusto, com as suas obras numerosas."

Na mesma obra, Emmanuel assinala um momento importante da evolução terrestre: "Examinando a maioridade espiritual das criaturas humanas, enviou-lhes o Cristo; antes de sua vinda ao mundo, numerosa corte de Espíritos sábios e benevolentes, aptos a consolidar, de modo definitivo, essa maturação do pensamento terrestre."

E considera como fatores: " os pródromos do Direito Romano e a organização da família assinalavam o período da maioridade terrestre. A Terra não podia perder a sua posição espiritual, depois das conquistas da sabedoria ateniense e da família romana."

Era chegado o momento para a vinda do Cristo: " As legiões magnânimas do Cristo aprestam-se para as últimas preparações de seus gloriosos caminhos na face do mundo. O Evangelho deveria chegar como a mensagem eterna do amor, da luz e da verdade para todos os seres."

O "século de Augusto" e o momento da "maioridade terrestre" foram períodos marcantes na história da Humanidade, como uma preparação para a atuação do Cristo.

Antonio Cesar Perri de Carvalho é ex-presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB) e da União das Sociedades Espíritas (USE) do Estado de São Paulo. O araçatubense descreve esta Face Espírita/Ano 11 para publicação na Folha da Região

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