
A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu a investigação sobre a morte de três gerações de uma mesma família no bairro Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte, e confirmou que as mortes foram provocadas por inalação de monóxido de carbono. A causa foi o uso de carvão queimado dentro do quarto, apontado como uma ação deliberada da mãe, Daniela Teixeira Antonini, de 42 anos, que enfrentava um colapso emocional.
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O caso, registrado em maio deste ano, chocou moradores da capital mineira. As vítimas foram identificadas como Daniela, sua filha Giovanna Antonini Vasconcelos, de 1 ano e 11 meses, e a avó da criança, Cristina, de 68 anos. As três foram encontradas já em avançado estado de decomposição, no dia 9 de maio, no apartamento da família. Segundo estimativas da perícia, as mortes ocorreram na noite de 6 de maio.
Quatro cães da família também foram encontrados mortos, reforçando a hipótese de asfixia coletiva pelo gás tóxico gerado pela queima do carvão em ambiente fechado.
Sobrecarregada e em sofrimento psíquico
De acordo com a investigação, Daniela lidava com exaustão física e emocional intensa, agravada pelos cuidados demandados por sua filha, que tinha uma grave condição congênita e dependia de alimentação por sonda e acompanhamento constante.
A bebê havia passado por cirurgias e ainda precisava de novos procedimentos no futuro. A expectativa de um tratamento prolongado, somada a um histórico de transtornos depressivos, contribuiu significativamente para o agravamento do estado mental da mãe.
A polícia também identificou fatores adicionais de estresse: Daniela enfrentava dificuldades financeiras e se sentia frustrada por depender de ajuda externa. Ela não exercia atividade profissional e vivia com apoio de parentes, amigos e doações. Na casa, foram encontradas cartas mencionando dívidas, como dois aluguéis atrasados e uma pendência no condomínio.
Outro aspecto levantado durante a investigação foi o isolamento de Daniela. Embora o pai da criança contribuísse financeiramente e realizasse visitas esporádicas, o contato era limitado e intermediado por familiares, pois havia uma medida protetiva em vigor desde a gravidez, após denúncias de violência doméstica. Esse contexto, segundo a polícia, contribuiu para o cenário de vulnerabilidade emocional que culminou na tragédia.
Ambiente trancado e nenhuma interferência externa
O caso veio à tona quando a avó paterna tentou contato com a família e, sem resposta, acionou a síndica do prédio. O forte odor vindo do apartamento motivou o chamado à Polícia Militar, que precisou arrombar a porta. As vítimas estavam deitadas na cama e o ambiente fechado, com três bandejas de carvão ainda no local.
Não foram encontradas evidências de ação de terceiros. A investigação concluiu que a mãe agiu sozinha e que as mortes foram resultado direto da inalação de monóxido de carbono.