HOLOCAUSTO

Ato em Piracicaba relembra os 80 anos de libertação em Auschwitz

Por Da Redação | Jornal de Piracicaba |
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Divulgação
Romeno Joshua Strul, de 91 anos, participara do ato como convidado especial.
Romeno Joshua Strul, de 91 anos, participara do ato como convidado especial.

O hall do teatro municipal Erotides de Campos, no Engenho Central, em Piracicaba, sedia, neste sábado (25), às 10h, a 7ª edição do Ato Memorial às Vítimas do Holocausto, promovido pela Associação Memorial Amigos de Sião (AMAMOS), braço local do World Jewish Congress. O evento, que marca os 80 anos de libertação do Campo de Concentração de Auschwitz, na Polônia, reverencia as vítimas do nazismo e celebra a vida dos sobreviventes. Dentre eles, o romeno Joshua Strul, de 91 anos, residente em São Paulo, e que está na cidade como convidado especial do ato.

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Organizado pelo jornalista Mauricio Ribeiro desde a primeira edição, o evento é marcado por uma cerimônia onde são acesas sete velas, representando os grupos vitimados pelo nazismo: judeus, negros, maçons, comunidade LGBTQIA+, deficientes físicos, opositores ao regime e perseguidos religiosos.

Participam do momento simbólico, representantes da comunidade local, como o modelo negro Lucas Redu e a arquiteta e mulher trans Jhullia Matos; dentre outros cidadãos especialmente convidados para o ato, como Patrícia Polacow, jornalista e bisneta de Adolph “Haim” Polacow, judeu que fundou a sinagoga de Piracicaba, hoje extinta; e também a médica Marie Brihier e sua filha Pietra Brihier, neta e bisneta de Félix Boutu, combatente francês e sobrevivente do Holocausto.

Strul, após acender a sétima vela, terá um momento para compartilhar com os presentes um pouco da sua história de sobrevivência. Ele contava apenas oito anos quando a guerra chegou ao vilarejo onde ele cresceu, na Romênia.
Na década de 50, ele imigrou para o Brasil, onde constituiu família e gerou filhos e netos.

Na perspectiva de Ribeiro, perpetuar a memória é um dos grandes desafios. “Quando nós pensamos que só existem poucos sobreviventes ainda vivos, e que levar essa história adiante é um compromisso da nossa geração e das gerações vindouras, o senso de responsabilidade nos impede de nos calarmos, principalmente diante do negacionismo histórico. O Holocausto infelizmente aconteceu, e negar sua existência é uma irresponsabilidade”, denuncia.

Na sua concepção, “ouvir um sobrevivente e levar sua história adiante é fundamental para a educação das novas gerações; para que as lembranças de um passado ainda recente não sejam esquecidas e para que atrocidades desta natureza nunca mais aconteçam”, salienta.

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