QUEIMADAS EM SP

O que é o Dia do Fogo, que foi citado como causa da fumaça em SP

Por Da Redação | Jornal de Piracicaba
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Roberto Gardinalli

Uma onda de queimadas atingiu o Estado de São Paulo entre a última sexta-feira (23) e domingo (25). Satélites detectaram, apenas no mês de agosto, 3,4 mil focos de incêndio. Após o caso no território paulista, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, relembrou em declaração o que foi chamado de Dia do Fogo, uma cadeia de incêndios ocorridos no estado do Pará no ano de 2019, durante o governo Bolsonaro.

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A ministra e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniram com funcionários do Ibama em Brasília para discutir e anunciar medidas para o combate ao fogo no interior de São Paulo, na Amazônia e no Pantanal. Já foram aberto 31 inquéritos em regiões da Amazônia e Pantanal, além de outros dois em São Paulo.

Em sua fala, a ministra citou que “do mesmo jeito que nós tivemos o ‘dia do fogo’, há uma forte suspeita de que agora esteja acontecendo de novo”, disse. “É uma verdadeira guerra contra o fogo e criminalidade. Tem uma situação atípica. Você começa a ter em uma semana, praticamente em dois dias, vários municípios queimando ao mesmo tempo. Isso não faz parte da nossa curva de experiência nesses anos de trabalho com fogo”, completou.

Apenas na sexta-feira, foram registrados 1.886 focos de incêndio em São Paulo.
Em 10 de agosto de 2019, produtores rurais no Pará, em uma ação coordenada via WhatsApp, atearam fogo em áreas da Floresta Amazônica, principalmente ao longo da BR-163, no episódio conhecido como "Dia do Fogo".

Dados do Greenpeace Brasil revelam que as 478 propriedades rurais envolvidas seguem com altos índices de desmatamento e queimadas recorrentes, apesar das ilegalidades. Dessas, 29 foram financiadas pelo crédito rural, totalizando 127 transações e R$ 201,4 milhões. Entre 2008 e 2023, essas propriedades devastaram 206.083 hectares, com o auge do desmatamento registrado em 2019. O Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ indicou que, entre 2019 e 2023, a devastação anual ultrapassou 140 mil hectares, sendo 2020 o ano mais crítico, com 275 mil hectares queimados. Parte do desmatamento ocorreu sobre florestas públicas federais. Mesmo após a repercussão do "Dia do Fogo", o desmatamento manteve-se alto até 2021, diminuindo nos anos seguintes, mas ainda acima dos 9 mil hectares anuais.

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