ARTIGO

O antídoto para o coração partido

Por Júnior Ometto |
| Tempo de leitura: 3 min

Quem nunca passou por isso? Estudos mostram que o fim de um relacionamento amoroso é semelhante à perda da morte e causa ainda mais dor... Conhecer melhor esse tema e conhecer-se nele faz toda a diferença, uma vez que essa situação, além de sofrimento e infelicidade, traz também sérias consequências na vida pessoal e profissional. Vamos entender primeiramente o que acontece no “cérebro de um coração partido” e, em seguida, deixo alguns “antídotos” para serem administrados.

O final de uma relação, a falta de correspondência, decepção, rejeição, a perda de uma pessoa querida ou mesmo o término de uma amizade. “Coração partido” seria o termo adequado? Não... Na verdade, tudo acontece no cérebro! E que sensação dolorosa! Traumas que criam feridas, as quais, não resolvidas, podem até durar para sempre. Pois bem, a esse sofrimento damos o nome de luto e sua duração tem causas e características peculiares a cada caso e à estrutura psíquica de cada um.

Quando iniciamos um relacionamento, ocorre um fenômeno cerebral que, na neurociência, damos o nome de “estado hiper dopaminérgico”, porque são ativadas, nesse estágio, as vias mesolímbicas dopaminérgicas, circuitos responsáveis pelo prazer e pela motivação. Porém, no decorrer da relação, ocorrem problemas ou términos não esperados e aí, pessoas até fortes emocionalmente, sucumbem ao sofrimento. Por quê?

Inicialmente, é importante saber que essa dor emocional tem o mesmo endereço cerebral da dor física. Então, como vencer essa guerra? É claro que traços da personalidade (essência) fazem a diferença na superação e tratar disso também é fundamental no processo. Note também que, os mesmos mecanismos cerebrais ligados, por exemplo, a uma dependência química, são acionados na fase do “coração partido”.

Por isso, quem sofre busca o parceiro (a) insistentemente, através de fotos, imagens, conversas em redes sociais, lembranças, etc.; um vício que, na verdade, vai impedindo a ferida de cicatrizar! Infelizmente, quando estamos com o “coração partido” - um cenário prioritariamente emocional - a tomada de decisão racional está prejudicada, como num processo de embriaguez, porém, mais demorado.

O principal antídoto nessa fase é racionalizar o máximo possível, colocando os holofotes nos motivos reais do término e nos detalhes negativos da relação. Se alguém não quer mais, isso não é o fim do mundo e o outro não é mais ou menos por isso. Apenas são fatos que acontecem, com toda a humanidade, entretanto, nosso emocional dá um sentido bem mais amplo e trágico para isso, o que, na verdade, não é! Portanto, comece a cura evitando qualquer lembrança do relacionamento ou da pessoa, pois isso alimenta o vício e retarda o final do luto. Em seguida, ressignifique o término e faça uma lista de motivos pelos quais esse relacionamento ou a pessoa não era o melhor para você! E leia isso sempre que houver um gatilho, uma fraqueza ou uma queda, ao mesmo tempo que você vai “criando” endorfina... Como? Atividade física, produzindo hormônios que aliviam a dor e trazem motivação, alegria e positividade. Crie uma nova rotina, faça coisas diferentes. Aproveite para se cuidar! Agradeça a oportunidade de um novo ciclo em sua vida! Entenda também que é um equívoco pensar que aquela pessoa é a única com a qual você pode ser feliz. Isso também é uma produção emocional utópica e com o passar do tempo você vai percebendo isso à medida que abre as portas para a vida continuar acontecendo para você! E, por fim, no momento certo, determine o fim. Use estratégica e inteligentemente o tempo, mas a seu favor! E sempre lembrando: se tiver dificuldades no tema desta semana, não hesite em procurar ajuda profissional.

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