Descobrir e revelar a própria identidade

Por André Sallum | 05/04/2021 | Tempo de leitura: 2 min

De um ponto de vista evolutivo, desde o nascimento, ao longo do desenvolvimento orgânico e psíquico, o indivíduo gradativamente conquista o senso de identidade e de pertencimento ao mundo que o cerca, além das habilidades de se relacionar com coisas e seres. Nesse processo a pessoa experimenta a manifestação da própria singularidade, ou seja, ao lado das características comuns a todos os seres humanos, aquelas que a distinguem dos demais, que a tornam um ser único.

Devido a inúmeros fatores causais e desencadeantes, de tal forma nos identificamos com o mundo material, com aparências, máscaras e exterioridades, que em grande parte moldamos nossa identidade com critérios superficiais e personalistas. Esquecemo-nos de quem ou do que realmente somos, tornando-nos, desse modo, reféns das circunstâncias, além do que limitamo-nos aos papéis convencionais que somos levados a desempenhar, frequentemente distantes das nossas reais necessidades, aspirações e vocações.

Decisões, atitudes e condutas adotadas por alguém são determinadas em grande parte pelo ponto de vista a partir do qual são apreciadas. Se consideradas a partir de uma compreensão mais profunda e elevada seus efeitos são completamente diferente de quando abordadas de modo superficial e material, apenas pela estreita percepção da personalidade.

Aquele que conquista o autoconhecimento pela instrução, reflexão e meditação, não como fuga aos problemas e desafios da vida, mas, ao contrário, pelo contato com sua natureza mais essencial e profunda, imaterial, reconhece-se como ser consciente, possuidor de dons, possibilidades e recursos a serem desenvolvidos e manifestados.

Essa perspectiva ampliada traz respostas inusitadas, intuições e inspirações preciosas, revela soluções de outro modo improváveis, estimula atitudes libertadoras, propicia serenidade, provê dos necessários recursos aquele que passa por desafios e traz paciência a quem precisa esperar. Além disso o reconhecimento de si mesmo como consciência é indissociável da fé, fortalecendo-a e promovendo a coragem diante das dificuldades que todos enfrentamos.

Um dos fundamentos das propostas espiritualistas genuínas é o reconhecimento da natureza, origem e destino espirituais de todos os seres, o que muitos esquecem ao se identificarem apenas com a corporalidade e personalidade. Daí a importância de instruções espirituais corretas, que possam esclarecer, orientar e habilitar quem as busque no sentido de libertarem-se das limitações impostas pela visão material da vida. Isso obviamente favorece uma existência mais harmoniosa e serena, ao se enfrentar problemas com uma concepção ampliada da vida, ressignificando situações, ocorrências, relacionamentos e desafios, que passam a ser compreendidos na sua função de ensinamentos, processos purificadores, estímulos transformadores e evolutivos. Tais mudanças de perspectiva somente são possíveis quando se transcende a limitada, superficial e quase sempre distorcida óptica materialista e egocêntrica.

Aqueles que, de modo saudável, reconhecem sua natureza espiritual e permitem que ela se expresse livremente, experimentam mudanças profundas e significativas no modo de viver, agir e se relacionar. Revelam, além de uma alegria imensurável pela autodescoberta, uma capacidade ampliada de resolver situações até então insolúveis, de superar obstáculos que lhes pareciam intransponíveis e de dar à própria vida um sentido e uma direção até então desconhecidos.

LEIA MAIS:

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.