Serviço e Cooperação

Por André Sallum | 26/03/2021 | Tempo de leitura: 3 min

As religiões e filosofias espiritualistas propõem, como parte essencial de suas atividades, práticas e ações de caridade, as quais constituem formas de serviço altruísta e são a expressão prática dos seus postulados e princípios.

Nas relações interpessoais do cotidiano, devido à natureza humana preponderante, muitas vezes o serviço que se presta é ignorado, desprezado ou criticado. Isso, no entanto, não deve desestimular quem o realiza, pois se a intenção é correta, se é feito o melhor possível e se a consciência está tranquila, sabe-se que nunca se agradará a todos. Os outros geralmente não conhecem o coração nem as intenções de quem se dedica a servir. Além disso, a preocupação ou a intenção de ser reconhecido por algum serviço prestado revela interesse, mais ou menos dissimulado, de receber agradecimento ou recompensa. Essa atitude, embora parte da nossa estrutura psíquica, representa nosso ego desejoso de ser elogiado e valorizado. Quando o serviço, seja de que natureza for, significa uma expressão genuína da verdade mais profunda de cada um, sua própria realização constitui fonte de satisfação.

Independentemente de pertencerem a religiões formais, aqueles que atingem um nível de amadurecimento consciencial e despertam para verdades mais amplas, que entram em comunhão mais profunda com a fonte da vida, passam a trabalhar e doar seu tempo, sua energia e sua vida para o bem comum. Conforme eles mesmos têm assegurado e demonstrado, essa conduta, além de representar um imperativo do seu estado de consciência desperto, é fonte de imensa alegria e satisfação por poderem servir e amar. À medida que o ser, mediante um trabalho interior de autoconhecimento e autotransformação, descobre em si uma realidade mais profunda e essencial, e permite que ela se expresse cada vez mais livremente, ocorre seu transbordamento na forma de serviço amoroso e de compartilhamento das conquistas interiores. Quanto mais pleno interiormente o indivíduo se torna, maior o impulso de servir e de doar; quanto mais carente e vazio, maior o desejo de receber e de ganhar. Nesse sentido, podemos nos lembrar de uma das frases do Evangelho, na qual Jesus afirmou que não viera a este mundo para ser servido, mas para servir.

Seres de consciência elevada, expressando a sabedoria e o amor que os caracterizava, em todos os povos, culturas e épocas, vinculados ou não a instituições religiosas, se tornaram fonte de inspiração aos grupos humanos aos quais pertenceram ou que lhes receberam a influência direta. Converteram-se em exemplos ao se colocarem, invariavelmente, como servidores.

Instruções espirituais diversas apontam que, além de excelente ferramenta para o exercício de virtudes, o serviço ao próximo permite a manifestação de energias renovadoras, curativas e transformadoras, principalmente para quem é o agente do bem.

O ato de servir pode tomar as mais diversas formas, pois existem infinitos modos de se fazer o bem. O indivíduo que consegue alcançar um bom nível de harmonia e paz interior naturalmente irradia energias correspondentes a tal estado, beneficiando a todos os que estejam no âmbito de sua consciência. Por isso sua simples presença, permeada de amor, torna-se forma preciosa de servir, ajudando a restabelecer o equilíbrio de pessoas e ambientes.

Diante da atual situação planetária, a integração às mais diversas formas de ajuda e serviço constituem necessidade crescente, a fim de que conquistemos, o mais breve possível, melhores condições de vida.

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