Em busca de melhores escolhas

Por André Sallum | 15/01/2021 | Tempo de leitura: 3 min

Nas ações do cotidiano existem critérios necessários quanto à escolha do que se consome. Quando se bebe água, espera-se que esteja limpa e isenta de contaminantes, sejam químicos ou biológicos; com relação ao ar respirado, é desejável que seja o mais puro possível, livre de poluentes; os alimentos ingeridos devem ser escolhidos segundo critérios nutricionais e higiênicos, a fim de que favoreçam a saúde.

Se já existe o consenso e algum grau de consciência quanto à necessária qualidade do que se come, da água que se bebe e do ar que se respira, cabe uma reflexão sobre quanto ainda precisa ser feito para que tenhamos equivalente cuidado no campo das emoções, das ideias e das palavras.

A crescente quantidade de informações, propagadas de modo cada vez mais rápido, abrangente e indiscriminado, torna tão importante quanto urgente que estejamos conscientes quanto à seleção e à filtragem daquilo a que prestamos atenção e aos conteúdos que compartilhamos, pois somos corresponsáveis por tudo o que recebe nosso interesse, apreciação e divulgação. Importante estarmos vigilantes quanto à qualidade do que escolhemos aceitar, comentar e compartilhar, pois tais escolhas fazem parte das sementes que estamos jogando no solo do destino, nosso e da sociedade à qual pertencemos.

Se temos instintiva repulsa a beber água suja ou a ingerir alimentos estragados, por que nos tornamos insensíveis, omissos e negligentes quanto a informações e notícias degradantes, destrutivas, que servem claramente a interesses perniciosos? Cabe perguntarmos se estamos suficientemente educados – e consequentemente lúcidos e atentos – para reconhecermos e refutarmos o que nos pareça prejudicial, perturbador ou destrutivo à saúde emocional e mental, individual e coletiva. A nossa responsabilidade enquanto cidadãos vai muito além do voto e da exigência de determinados direitos, pois engloba todo o fluxo de informações – e suas consequências – que recebem nossa atenção e que escolhemos divulgar a outras pessoas.

Estamos a todo instante acrescentando nossa parcela de contribuição ao conjunto de informações que circulam em todo o planeta, e temos a responsabilidade de usar esse poder, o qual nunca foi tão grande, de modo construtivo, se quisermos contribuir para que a humanidade saia da triste condição em que se encontra e siga novos rumos, mais saudáveis, harmoniosos e felizes.

Existem medidas que muito auxiliam na seleção e filtragem do que nos afeta emocional e mentalmente. Instruções espiritualistas promotoras de educação emocional e mental, ao lado de práticas como oração e meditação apuram a sensibilidade e desenvolvem o discernimento, permitindo que se tenha maior clareza quanto àquilo a que se dá atenção, bem como às suas consequências, benéficas ou não. Essa habilitação psíquica torna-se imprescindível nos tempos atuais, sobretudo aos mais jovens, os quais são submetidos a uma avassaladora quantidade de informações, muitas das quais claramente prejudiciais, alienantes, viciosas e destrutivas Têm eles acesso cada vez mais precoce e indiscriminado a conteúdos impróprios, violentos, aviltantes e embrutecedores.

Cremos que cabe sobretudo aos pais, instrutores e educadores prestar especial atenção a tais fatos para que, mediante ações preventivas, educativas e terapêuticas, favoreçam os jovens a se tornarem aptos a buscar, reconhecer e valorizar o que lhes seja instrutivo, dignificante, saudável e plenificador.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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