Rir ou chorar

Por Marisa Bueloni | 06/01/2021 | Tempo de leitura: 3 min

A gente ri para não chorar, dizem os cautelosos, os espertos, os que têm traquejo com a vida. Os que já percorreram um bom pedaço da estrada e olham para trás, contabilizando vitórias e fracassos.

Ninguém é santo. Só Deus é santo. No entanto, dizemos “sede santos como vosso Pai do céu é santo”. Buscar a santidade é exercício de fé, de rigorosa prática contemplativa, uma aventura espiritual das mais sábias e fecundas.

Não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe. Ou vice-versa. Para nós, esta pandemia é um mal que deve acabar. Não estamos mais suportando as inúmeras restrições impostas pelo vírus. As brincadeiras do universo virtual até já cansaram um pouco e desejamos voltar à realidade, àquela rotina nossa de cada dia, que agora julgaríamos tão prazerosa.

O tempo cura tudo. Há de curar, hão de passar as tempestades e as pestes. O tempo vai formando um espectro sombrio de maus pressentimentos, mas também uma generosa dose de avivamentos. Aumentou sua fé em Deus?

Tristeza não paga dívidas. Não, não paga. Deixe a dívida para ser negociada no momento oportuno e pense que milhões de brasileiros estão endividados. Não perca a sua alegria. Mas pague. Chegará o dia do acerto. Da forma que puder, pague. Pessoas honradas e de caráter pagam suas dívidas.

Não vá com muita sede ao pote. Quantas vezes ouvimos esse dito! Sim, tenha prudência, espere, analise, desconfie. Quanto me arrependo de não ter avaliado melhor uma pessoa, uma determinada situação, ponderando mais profundamente uma questão importante. O resultado são lágrimas, noites em claro e uma insuportável sensação de derrota. Mas a gente se recupera. Ah, sim!

A vida é curta. É, sim, muito curta. Outro dia, tínhamos 20 anos. O tempo não para, o tempo passa. Na verdade, trata-se de uma virtualidade, nós é que passamos, e nessa passagem, acumulamos algumas décadas nas costas. Nada que pese muito, mas temos sempre de rever nosso passado e analisar se estamos carregando um peso inútil. Ou se estamos leves, de bem com a vida. Graças a Deus!]

Não chore o leite derramado. Lamentar por isso é tempo perdido. Dá pra começar de novo, tentar outra vez, bater outro bolo. A receita da vida é esta: jamais desistir. Investir contra os ventos munidos de lanças afiadas, cavaleiros de um novo tempo. À vitória!

Tome uma decisão. Cedo ou tarde, certa ou errada, tome – meu lindo dizia sempre isso. Não devemos deixar os problemas se arrastarem demais. Se for preciso mover uma ação, entrar na Justiça, entre. É desgastante, pode causar até depressão, gerar uma ansiedade brutal, mas sairemos fortalecidos depois de um embate necessário.

Valorize-se! Ó, que bom dar valor a si mesmo! Que força brota dessa nossa coragem, quando nos valorizamos, gostamos de nós mesmos, nos julgamos íntegros e sentimos orgulho das nossas ações, das nossas atitudes e iniciativas. Nada como a paz de espírito para trazer à alma a sensação de plenitude e de conforto moral.

E foram felizes para sempre! Assim terminam os contos de fada, quando o príncipe do cavalo branco finalmente resgata a princesa, desfazendo o feitiço. Na vida real, talvez não seja possível ser feliz para sempre. Príncipe e princesa podem adoecer, morrer ou o reino passar por uma pandemia mortal. A metáfora da felicidade é o mais belo sonho da alma humana. Por isso, não quero desiludir ninguém. Quem puder ser feliz para sempre, que seja. E a vida valerá cada segundo.

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