E chegou o Natal

Por André Sallum | 28/12/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Em todos os países e culturas de tradição cristã é celebrado nesta época o Natal, ou seja, o nascimento de Jesus. Desde que o Mestre esteve entre nós, as celebrações foram tomando diferentes formas e rumos, obedecendo aos mais diversos interesses humanos e se distanciando do significado mais profundo do advento do Senhor.

Reuniões familiares ou comunitárias, geralmente regadas a bebidas alcoólicas, caracterizadas por excessos alimentares e troca de presentes, nada têm a ver com o nascimento de Jesus nem com a mensagem do Cristo. Muitas pessoas nem se lembram do motivo pelo qual se reúnem, ou sequer se concedem alguns momentos de reflexão sobre o significado do que aparentemente celebram.

A mensagem que Jesus trouxe ao mundo, por palavras e exemplos, reveste-se de tamanha grandeza que, após dois mil anos, ainda estamos longe de lhe compreender o alcance e a sublimidade.

Transformada em tradições, convenções, ritualismos e dogmas, a essência da mensagem crística se perdeu, ao se dar mais importância à forma que ao conteúdo. A humanidade em geral continua muito longe de compreender e mais ainda de viver a mensagem libertadora e plenificadora do Evangelho.

De que adiantam algumas horas de celebração se o perdão sincero não houver pacificado os corações? De que servem presentes materiais quando faltam o afeto e a atenção com os semelhantes? Qual o sentido de se saciar o corpo e se alimentar o consumismo se as almas continuam sedentas de paz e famintas de amor?

Talvez um bom presente de Natal seja que cada um dê a si mesmo a oportunidade de se abrir para que energias superiores, de que Jesus foi o emissário sublime, penetrem no ser e renovem a vida, preenchendo-a de alegria, harmonia e paz. Celebrar o Natal é também permitir que a energia crística latente em todos os seres desperte, cresça e ilumine todas as dimensões da vida.

O mundo nunca necessitou tanto da presença de Jesus e de sua mensagem. Jamais a humanidade esteve tão carente dos ensinamentos do Mestre, e nunca foram tão atuais as palavras do Profeta de Nazaré.

Independentemente de quaisquer condições exteriores, bem como de convenções religiosas, a presença do Cristo pode ser sentida no coração, alimentando e fortalecendo a fé, garantindo a serenidade e a harmonia em momentos difíceis e desafiadores como os que vivemos, e renovando energias a cada passo da caminhada existencial.

Todos aqueles que permitiram ao Cristo se manifestar em suas vidas experimentaram uma grande transformação para melhor, a partir de quando passaram a expressar uma vida mais plena, harmoniosa e feliz. O convite de Jesus para o seguirmos permanece vivo e atual, pois sua mensagem transcende épocas e locais, sendo de caráter universal, portanto dirigido a toda a humanidade. Nesse sentido, uma pessoa bondosa, sábia e amorosa pode expressar muito mais o espírito do Cristo, mesmo sem estar vinculado a nenhum movimento religioso, do que um crente convencional que não tem no amor e na caridade as principais normas de conduta.

A humanidade e o planeta passam por uma crise de transição, em que os ensinos de Jesus tornam-se cada vez mais relevantes. Ouvi-los e segui-los constitui excelente oportunidade de se experimentar uma vida saudável e harmoniosa. Se a energia crística já nasceu em muitos corações, é necessário, mais do que nunca, conscientizar-se dela e cultivá-la, a fim de que possa orientar e iluminar os caminhos humanos no rumo da plenitude que a todos está reservada.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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