Por que saber negociar é tão importante?

Por Francisco Ometto | 21/12/2020 | Tempo de leitura: 2 min

Já é unanimidade que saber negociar é um diferencial extremamente significativo. Note que, antes mesmo de falar, já negociávamos! Nossos “berros” – ainda bebês – já denunciavam nosso potencial negociador…

Até pouco tempo atrás, os requisitos básicos para ser considerado um bom negociador eram os chamados “conhecimentos técnicos” e os treinamentos eram mais direcionados a funcionários ou candidatos a funcionários de empresas. Atualmente e, cada dia mais, outras preocupações e necessidades estão sendo incorporadas ao tema, como, por exemplo, o gerenciamento das emoções, principal alicerce de bons negociadores da atualidade.

Para entender a importância desse tema, a Universidade de Harvard criou o “Harvard Negotiation Project”, que orienta sobre a solução de conflitos e traz um conceito bem atual, onde a negociação é a busca pelo “sim”, baseado em méritos e princípios, porém, sem trazer danos às relações.

Entretanto, é preciso desmistificar um pouco este termo, que normalmente é vinculado ao mundo corporativo. Lógico que, numa empresa, ser um bom negociador é fator preponderante para bons resultados. Entretanto, na vida pessoal, esse diferencial tem um peso bem maior e, eu diria, causal. Explico…

Na verdade, um bom negociador sabe, antes de tudo, a importância de negociar bem consigo mesmo, mesmo porque a inteligência da negociação moderna é o ganha-ganha. Contudo, para negociar bem consigo mesmo, é imprescindível o autoconhecimento, que gera o autodomínio e o consequente autocontrole.

Elementar que haja conhecimento técnico sobre negociação e aqui defendo que ele seja pautado em “Planejamento, Execução e Controle” (PEC), além da compreensão e utilização de conceitos como Zopa, rapport, batna, mapan, além de outros importantes componentes técnicos comprovadamente eficazes para o sucesso de uma negociação, em qualquer nível ou complexidade.

Entretanto, é fundamental compreender que inteligência emocional e comunicação assertiva são dois ingredientes que não podem faltar, mesmo porque, de que adianta conhecimento técnico sem comunicação assertiva, domínio e equilíbrio emocional? Vou além… Pais, Escolas, Empresas, Instituições e Governo deveriam se atentar mais neste ponto tão estratégico que estamos abordando. Precisamos alfabetizar, ensinar Matemática, Português, Geografia, Medicina, Direito, Marketing e tantas outras disciplinas e assuntos que lotam Universidades e Cursos, bem como exigir capacitação acadêmica e técnica dos candidatos a empregos e treiná-los. Entretanto, também precisamos ensinar as pessoas - desde cedo - o valor e os benefícios da Inteligência Emocional e da negociação; precisamos ensinar as pessoas a pensarem antes de agir, a entenderem a importância do respeito ao próximo e aos limites, aos princípios da dignidade e da honestidade, a gerenciarem suas emoções e a se importarem com os valores que alimentam a alma e não às vaidades ou às superficialidades. Só assim, o princípio básico da negociação, que é o ganha-ganha, conseguirá ser realizado.

Mas é claro que essa sabedoria não se adquire de um dia para o outro. É preciso coragem para mergulhar nesta busca tão maravilhosa e recompensadora.
“Os desejos profundos do coração não são satisfeitos por uma conta bancária”. (Carl Jung).

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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