Sobre os tempos atuais - 2

Por André Sallum | 18/12/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Ao se observar o quadro social predominante no mundo atual, facilmente se percebe que vivemos tempos incomuns e de paradoxos, em que quase tudo parece estar em crise. A ciência alcança avanços insuspeitáveis até pouco tempo atrás e a medicina convencional dispõe de milhares de medicamentos, quando um minúsculo vírus muda o mundo inteiro, ao provocar uma pandemia de consequências ainda imprevisíveis. A tecnologia se mostra capaz de prodígios observados há alguns anos somente em obras de ficção científica, mas a Natureza segue sendo explorada e destruída com brutalidade, e os recursos naturais continuam a escassear, inclusive a água potável, ameaçando toda a humanidade. O conforto abraça e acaricia quem pode comprá-lo, enquanto milhões seguem na miséria, excluídos e infelizes. Os meios de comunicação tornam-se capazes de fazer com que o mundo caiba na palma da mão, permitindo a conversação instantânea e fácil com quem esteja nos mais distantes pontos do planeta, no entanto, os relacionamentos afetivos mostram-se em crise por falta de diálogo e de entendimento.

Se a visão de tal situação se der exclusivamente por uma óptica materialista, tornam-se inevitáveis a perplexidade, o desalento e até mesmo o desespero. Somente uma perspectiva mais ampla, que contemple a dimensão espiritual e transcendente dos seres, bem como uma visão evolutiva da vida, podem mudar a percepção que se tem do período que vivemos. Tal se dá quando se consideram as inúmeras revelações, desde as mais antigas, como a Bíblia, até as mais recentes, as quais revisam, atualizam e esclarecem, trazendo preciosas orientações sobre o período atual.

Essa perspectiva espiritualista nos permite compreender que vivemos uma fase de transição planetária, a caminho de melhores condições de vida para todos. Ocorre que, antes de se estabelecer definitivamente na Terra a tão anunciada era nova de paz e fraternidade, a humanidade como um todo e cada um em particular precisa se depurar, se equilibrar e equacionar questões pendentes perante a vida e a própria consciência. Por isso se torna tão importante compreender melhor o que se passa, a fim se evitar o mergulho em conflitos desnecessários e o envolvimento em problemas evitáveis. As revelações genuinamente espirituais não possuem nenhuma função alienante ou fora da vida cotidiana, mas, ao contrário, orientam, educam e esclarecem quanto aos melhores procedimentos, comportamentos e condutas que permitam a cada um manifestar uma vida mais plena.

Torna-se necessário, mais do que nunca, evitar o envolvimento em qualquer forma de desarmonia, pois, mesmo sob pretextos de justiça ou sob argumentos de cunho social ou político, é muito fácil se envolver em situações complicadoras do destino e perturbadoras da paz. Um caminho verdadeiramente espiritual, ao contrário, abre possibilidades de uma vida mais pacífica e harmoniosa, o que repercute positivamente no meio em que se vive.

Se o mundo e a sociedade estão em crise – o que parece mais do que evidente – nunca foi tão necessário abrir-se a realidades mais amplas e profundas, buscar instruções espirituais úteis e prosseguir, alimentados e iluminados pela fé e certos de que, após o período turbulento que vivemos, uma nova e melhor realidade se apresentará. Até lá, que nos dediquemos cada vez mais ao serviço altruísta, sabendo que ofertar o que possuímos de melhor para o bem de todos é a forma de estarmos integrados a uma vida harmoniosa, saudável e plena.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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