À procura de algo mais

Por André Sallum | 23/11/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Na incessante busca de realização existencial, o ser humano, mesmo quando suas necessidades básicas estão atendidas, procura preencher diversos outros anseios vitais: plenitude familiar e sucesso profissional, segurança financeira e êxito social.

Ainda que tais aspirações hajam sido satisfeitas, sempre resta uma sensação de incompletude. Quem trabalha com atividades terapêuticas ouve diariamente seus clientes referirem a sensação de lhes faltar algo, mesmo quando possuidores de boas condições externas de vida. Sentem que sua vida não se encontra plena, que há um espaço interior não preenchido, o que provoca insatisfação, ansiedade e angústia existencial. Daí a necessidade, presente em todos os povos e épocas da humanidade, de se alcançar “algo mais”, além da dimensão material e pessoal.

As realizações pertencentes à personalidade, sejam quais forem, representam conquistas materiais da vida e, embora tenham certa importância e cumpram seu papel, jamais preenchem as necessidades últimas do ser, o que somente é possível ao se alcançarem dimensões mais profundas. Referimo-nos às conquistas interiores, as quais são infinitamente mais importantes que as externas, por mais que estas seduzam a personalidade e sejam as que se apresentam aos outros e ao mundo. Como vivemos em uma sociedade predominantemente materialista, imediatista e superficial, as conquistas exteriores ganham grande destaque, o que facilmente se comprova pelo conteúdo compartilhado nos veículos de comunicação e nas redes sociais.

Sempre existiram seres, raros entre a multidão, que demonstraram viver em um nível de consciência muito acima da média da população. Possuíam e expressavam sabedoria e amor a tal ponto que foram considerados santos, mestres ou enviados divinos. Tornaram-se modelos e referências de conduta para os seus seguidores, os quais espalharam seus ensinos por todo o mundo, tornando-os conhecidos e admirados. Esses seres, dotados de qualidades excepcionais, que lhes permitiam realizar curas prodigiosas, fenômenos extraordinários e deixar ensinamentos luminosos para a posteridade, sempre afirmaram que sua plenitude era fruto de uma comunhão interna, consciente e profunda, com a fonte da vida; que eram mensageiros de algo maior e que por si mesmos nada poderiam fazer. Afirmaram também que todos os que quisessem poderiam alcançar o estado em que se encontravam. Apresentaram, pois, uma proposta de realização a ser seguida por todos aqueles que anseiam por uma vida mais saudável, harmoniosa e feliz. Os instrutores espirituais sempre afirmaram que não há nada exterior que possa substituir essa comunhão com a fonte da vida universal, nada que preencha a existência de significado, alegria e paz como esse estado interior. Portanto, em tempos tumultuosos e desafiadores como os atuais, essa afirmação reveste-se de especial importância, ao oferecer aos buscadores sinceros um roteiro para a caminhada existencial.

À medida que se aprofunda nessa jornada, que se abre e se entrega aos propósitos superiores da vida, que se empenha na realização dos seus melhores potenciais, a pessoa se torna cada vez menos refém de circunstâncias externas.

A vida de todos os grandes seres confirma veementemente essa afirmação, pois eles demonstraram ter encontrado esse “algo mais” dentro de si mesmos, o que lhes conferiu uma força interior, uma fé e uma capacidade de realizar obras benéficas à humanidade, tornando-se impulso motivador para todos.

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