Sobre os tempos atuais

Por André Sallum | 16/10/2020 | Tempo de leitura: 2 min

A vida contemporânea, repleta de crises emocionais, distúrbios psíquicos, atritos familiares, ruptura de vínculos afetivos, corrupção, vícios, epidemias, crise política, econômica e ambiental, convida-nos à reflexão sobre o estado em que se encontra a humanidade, bem como sobre possíveis soluções para os problemas cada vez mais complexos e desafiadores que surgem, já que, para qualquer lado que se olhe é impossível não perceber a dimensão do que ocorre.

Apesar de tal situação, uma visão mais abrangente e sistêmica permite que se vislumbrem possibilidades até então não percebidas, bem como perspectivas promissoras, mesmo que nem sempre imediatas. Afinal, as crises, apesar de dolorosas, não deixam de ser também estímulos à criatividade, ao surgimento do novo, à mudança de paradigmas e de atitudes. Desse modo, por mais que uma situação externa se apresente desfavorável, a um olhar mais atento e profundo apresentam-se também inúmeras oportunidades de transformação e crescimento, pois, junto com cada problema, por mais complexo que se apresente, surgem estímulos e possibilidades de novas e melhores soluções. Isso é uma realidade, pois soluções inovadoras e inusitadas vêm sendo apresentadas nas mais diferentes áreas, resolvendo problemas até então considerados insolúveis. Tais ações, embora ainda desconhecidas da grande maioria (muitas vezes por interesses escusos) e, por enquanto, iniciativas de pequenos grupos, ainda assim são sementes de uma nova realidade que têm sido plantadas, muitas das quais já começam a dar frutos. Merecem, portanto, ser consideradas, divulgadas e compartilhadas.

Além disso, as soluções para muitas das questões que afligem a humanidade não dependem apenas de novas e complicadas tecnologias, mas sobretudo de uma tomada de consciência capaz de mudar as atitudes humanas no sentido de expressarem boa vontade, cooperação, ações coerentes e sustentáveis. O uso dos recursos existentes mostra-se mais importante do que a dependência de novas descobertas e a consciência do que se faz com o que se tem é determinante no destino da humanidade. Podemos citar como exemplos a fome que atinge milhões de pessoas ao mesmo tempo em que ocorre um imenso desperdício de alimentos, assim como a degradação ambiental que ameaça a vida planetária, provocada ou agravada pelo consumismo desenfreado que continua a ser estimulado.

Essa tomada de consciência a que nos referimos, segundo diversos instrutores, é favorecida por uma educação que contemple a dimensão espiritual do ser humano. Esse processo pode ser estimulado por práticas conhecidas nos meios espiritualistas e religiosos, como a meditação, a oração, a reflexão, o conhecimento de leis e princípios espirituais, o cultivo de propósitos elevados de vida associado ao serviço de caráter altruísta.

Tais práticas, simples e ao mesmo tempo poderosas e profundas, vêm sendo recomendadas por instrutores e mestres há milênios, mas poucos as têm levado a sério e menos ainda as têm praticado. Nos tempos atuais, torna-se cada vez mais importante, tanto quanto urgente, considerá-las seriamente, estabelecendo um contato mais consciente com o mundo interior, conhecendo-se mais profundamente, purificando-se de conteúdos indesejáveis ou prejudiciais, mudando hábitos, abrindo-se à transformação e oferecendo-se com sinceridade como colaborador a serviço de um mundo melhor.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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