Dimensões da cura - 2

Por André Sallum | 01/05/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Quando se fala em cura, pressupõe-se a existência de alguma doença ou desequilíbrio que precisa ser sanado. Sob uma perspectiva integrada, a cura, para que seja efetiva e duradoura, significa não apenas a remoção ou supressão de sintomas, mas um processo de harmonização e integração dos diversos níveis do ser. Desse modo, pode-se falar de cura física, emocional e mental, assim como das relações interpessoais, familiares e sociais. Todo e qualquer aspecto da vida, individual e coletiva, é passível de ser curado, pois não existe nada que esteja suficientemente perfeito, que não necessite de ajuste, aprimoramento, purificação ou transformação.

Independentemente da sua área de atuação, qualquer ser, desde que canalize e expresse padrões puros e saudáveis de energia, pode assumir o papel de curador. A história está repleta de casos daqueles que, dotados de uma apurada sensibilidade, associada à boa vontade e ao amor, realizaram prodígios no que diz respeito a curas, inclusive de doenças consideradas incuráveis. Em qualquer processo de cura a fé desempenha papel fundamental, bem como a sinceridade de intenções e a abertura ao fluxo de energias puras, pois a dimensão humana e pessoal, sozinha, nada pode realizar. Apenas quando coloca de lado o próprio ego e se entrega incondicionalmente aos desígnios superiores é que alguém pode se tornar canal de manifestação de forças verdadeiramente curativas.

Se curar é restabelecer a saúde, qualquer aspecto da vida que esteja em desarmonia pode ser curado. Sob essa visão, os recursos financeiros, por exemplo, ao serem canalizados para fins degradantes e destrutivos, como no caso das indústrias de armamentos, pornográfica, do cigarro, de bebidas alcoólicas e outras drogas, evidencia o quanto a relação humana com o dinheiro precisa de cura, a fim de que a energia monetária seja usada para promover saúde, bem-estar, vida harmoniosa e digna a todos os seres e povos da Terra. A nossa relação com a Natureza, que ao longo dos tempos tem sido exploradora, predatória e destrutiva, quando curada deve passar a ser de respeito, reverência e cuidado, assim que tivermos consciência de que aquilo que fizermos com qualquer aspecto ou dimensão da vida, pela lei do retorno, estaremos fazendo a nós mesmos.

Instruções espiritualistas diversas revelam que estamos passando por uma fase de transição planetária, a qual requer uma revisão e transformação do que existiu até agora e que não é mais adequado ou saudável, necessitando, portanto, de algum tipo de cura. Segundo tais instruções, esse processo se ampliará e abrangerá todos os setores da vida planetária. Nesse sentido, curar pode incluir a desconstrução (para posterior reconstrução) de modelos e estruturas até então vigentes – sejam políticos, sociais, econômicos, religiosos –, que se mostrem insustentáveis.

Uma das formas de se colaborar com o bem geral é através do trabalho de autoconhecimento e autotransformação propostos pelos caminhos espiritualistas, pois cada ser que empreende com sinceridade a jornada interior transforma suas relações com coisas, pessoas, a Natureza e a vida em geral. Essa é uma questão que nos parece tão relevante quanto urgente, pois, diante da situação planetária atual, cabe a cada um nós colaborar na cura de si mesmo, removendo as desarmonias, os conflitos e sombras que ainda trazemos, a fim de manifestarmos um novo padrão de conduta, mais harmonioso e saudável, a benefício de todos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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