Paz para nossa alma

Por Marisa Bueloni | 12/04/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Que os tempos são de turbulência e pânico, todos nós sabemos. Embora a quarentena nos proporcione o silêncio das ruas e mesmo dentro de nossos lares, há uma inquietação geral pelo que há de vir, um ruído que não se ouve muito bem, mas que sabemos existir, pois estamos ansiosos em conhecer como o nosso país responderá à passagem do coronavírus.

Temos um movimento dentro do nosso coração, no fundo da nossa alma. Isolados socialmente, cada um dentro de sua casa, cumprindo uma possível rotina doméstica, vamos sentindo os efeitos do chamado “instinto gregário”, que no momento não pode ser praticado, exercido.O homem tem a tendência de se juntar ao outro, de viver de forma comunitária, gregária. Com a imposição da quarentena, quebramos esse efeito social tão importante em nossas vidas. O isolamento nos faz refletir, a buscar uma forma de preencher as horas do dia com criatividade, para nossa saúde física e mental.

Ouvimos sobre o risco do suicídio, da possível violência doméstica dirigida às mulheres, neste momento de crise. O máximo que vimos até agora foi a cena da mulher que jogou toda a roupa do marido pela janela do apartamento e o povo lá embaixo, na rua, catando tudo!

Sim, o isolamento tem suas consequências. Confesso que também busco saídas para aproveitar bem meu dia, ler, escrever, cozinhar um pouco, ver filmes no Netflix, conversar por telefone com amigos e pessoas da família e também pelas redes sociais. Não se pode deixar de rezar, então rezo o terço diário, oferecido, as intenções todas, ditas com a alma pegando fogo! Deus salve o nosso mundo!

Claro, a faxina na casa é necessária e lá vamos nós, baldes, vassoura, rodo, panos de chão, desinfetantes de toda ordem. Graças a Deus, tenho disposição e faço tudo com capricho. E os armários da casa? As gavetas? Temos de dar uma geral, tirar tudo do lugar, limpar, organizar, colocar as coisas de volta. Isso toma tempo e preenche o dia.

Agora, parecemos estar com o TOC, o Transtorno Obsessivo Compulsivo. Lavamos as mãos sem parar e passamos álcool gel em tudo, nas maçanetas das portas, chaves da casa, do carro e higienizamos o veículo por dentro, volante, câmbio, freio de mão, alavancas de sinais, etc. Até os botões do rádio. Cuidados extremamente necessários. Você já limpou os pedais do carro com água e sabão? Eu já!

Mas, e a paz para a nossa alma? Como conseguir calma e tranquilidade em meio ao caos? Temos de encontrar esta paz, de elevar nosso espírito ao Altíssimo e à sombra de Suas asas encontrar o refúgio necessário.

A paz vem no momento da oração, quando acreditamos que o Criador nos ouve e acolhe nossa prece. Quando nos pomos de joelhos para clamar a cura do mundo, na passagem desta pandemia maligna que nos prostrou a todos e nos colocou em forçado isolamento.

Quantos já me escreveram, afirmando que o mundo será melhor depois que isso acabar. Que o coração humano irá mudar. O homem não será mais o mesmo, o planeta está mais limpo, regenerando-se, curando-se. Bem, se o coronavírus serviu para alguma coisa, que seja esta bela notícia: o bem, a transformação dos corações. O fim da ganância humana, da corrupção, da criminalidade, da falta de amor ao próximo e a toda forma de vida.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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