Um vírus e sua história

Por Marisa Bueloni | 02/04/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Como começou tudo isso? Será que foi mesmo com o consumo daqueles animais todos que vimos nos vídeos do WhatsApp? Os mercados de Wuhan, na China, lotados de morcegos, ratos, cobras, cachorros e outros bichos, alguns parecendo até “estufados”, e talvez em estado de putrefação?

Ao examinarmos os vídeos, podíamos imaginar que cheiro teria aquele mercado de “carnes”, se é que aquilo pode ser chamado de carne. Aos nossos olhos ocidentais, um horror total. Algo inadmissível, absolutamente impensável que alguém cozinhe uma sopa de morcegos… Ou compre um pedaço daquela imensa cobra para fazer uma refeição em casa.

Argumenta-se que são pobres demais, não há alimento para todos, por isso comem qualquer coisa que rasteja. Vi um grupo de homens, todos muito alegres, em torno de uma tigela de ratinhos vivos. Pegavam pelo rabo, passavam numa espécie de molho e comiam. Uma iguaria!

Se o vírus começou dessa forma, pela ingestão desse tipo de comida, e passou do bicho para o homem, não sabemos. Alguém retrucou: há séculos comem isso tudo e só agora esse vírus apareceu? Um moço enfezado na internet apela para o marketing da esperta China, que cresce cada vez mais, comprando empresas em dificuldades aonde o vírus chegou.

Já não sei mais quantos países foram atingidos pelo coronavírus. Os números vão subindo, bem como muda constantemente o total de doentes infectados, de suspeitos e de mortos. As recomendações médicas já são conhecidas por todos, há intensa e exaustiva informação sobre como se prevenir, os cuidados com a higiene, a lavagem frequente das mãos, o uso de álcool gel e a necessidade de se evitar aglomerações.

Nunca vimos algo assim. A ordem para não sairmos de nossas casas. O perigo que o vírus representa aos idosos, o grupo de risco, sobretudo aos mais debilitados por algum tipo de enfermidade crônica. A pandemia do Covid-19 deixou o mundo de joelhos. Quantos médicos e profissionais da saúde, pelo mundo todo, deram suas vidas na batalha da linha de frente!

Tudo muito triste, também aterrador, de causar medo de verdade. Quem começou rindo deste vírus, julgando não representar nada além de um gripinha normal, de repente parou para repensar a gravidade do contágio, a necessidade de prevenção, não só para se proteger a si mesmo, mas também ao outro.

E assim os países foram fechando suas fronteiras. Num mundo já tão dividido pelo preconceito por crença ou etnia, por cultura ou o que quer que seja, pelo ódio político existente entre algumas nações, vemos a ruptura total, o abrupto colapso na possível fraternidade entre os povos. Separados por um vírus mortal, os cidadãos do mundo estão perplexos.

A perplexidade maior é a vida. É viver para ver o que estamos vendo, a pandemia que se alastrou rapidamente e que nos obriga a refletir sobre nossa fragilidade, nossa pequenez diante de uma doença, mas que nos obriga também a compreender que a vida do outro é preciosa para todos nós.

Avós não podem beijar seus netos, adultos estão dentro de suas casas com medo da contaminação e aos jovens também é pedido cuidado. A todos é exigido que se tenha consciência, que se respeite a necessidade de colaborar, de atender aos apelos da classe médica.

Meus amados! Que Deus nos proteja!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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