Te conto, Mariana?

Por David Chagas | 15/03/2020 | Tempo de leitura: 2 min

Mariana, “estás em mim e eu em ti. Como a vara por si mesma não pode dar fruto se não estiver na videira, assim também tu, se não estiveres em Mim”. Este o bilhete que Cristo te envia através do Evangelho para entenderes a grandeza do evento de ontem, a bendição do rito, ampliando ainda mais a graça da vida e fazendo, definitivamente, da Trindade, norte de tua vida. Francisco, o Papa que nos orienta, insiste que invoquemos sem cessar o Espírito Santo, para que possamos, Mariana, “viver com amor as coisas ordinárias, tornando-as, assim e por obra de Deus, extraordinárias.”

Extraordinárias como tua chegada num dia bom, do ano passado. Por isso, exatamente por isso, te queremos tanto, a ti e a tua irmã, Tarsila, e às crianças deste tempo teu. Deus as gerou a todas, imagem e semelhança dEle, fazendo, do nascimento, o momento mais extraordinário de nossas vidas, alimentando-nos de esperança. Preserva, pois, ao menos em parte, o que te foi dado na concepção, revelado no instante da luz e confirmado agora na celebração do batismo.

Te quero contar, pequena minha, que de tudo o que fica deste dia é, sem dúvida, a certeza de que, pelo rito, o Filho de Deus se instala em teu espírito e traz consigo o mistério da Trindade Santíssima, para te ajudar a construir ao longo dos anos, ao caminhar, teu próprio caminho, na rota do bem, na busca da paz.

Daqui, onde estou, estimo que assim seja! Te desejo dias floridos, brasileira que és. Esta, a nossa sorte. Em qualquer tempo, há flores no caminho. Quando nasceste, os jacarandás explodiam. Mesmo em dias de chuva, o sol, o mesmo sol brilha, a cada dia, com igual intensidade. E os pássaros, em revoada, trinam, soltando a voz, para que alegrar-nos com o alvorecer, renovando a esperança.

Não te parece lindo tudo isto? Há problemas bem sei. Descobrirás com o tempo. Só toco no assunto, mais velho que sou, por te querer bem, o que me obriga à verdade. Aproveita, pois, a infância, com teus pais, que te garantem paz e bem-estar. Posso garantir isso. Tua mãe, eu a conheço desde sempre, e a vi traçar o bom caminho que tão bem percorre. Que linda trajetória, a dela. Um dia conhecerás e te porás de acordo comigo. De teu pai, lá das Minas Gerais, igual te digo. E mais: senta-se ao piano dedilhando notas e tocando canções, deixando os dias cariocas ainda mais bonitos, embalando a ti e à Tarsila para que este tempo de infância seja inesquecível.

Carioca que és, Mariana Bistaco de Abranches Rigotto (quanta nobreza em teu nome, minha Infanta!), vieste a Piracicaba, onde tem seus parentes maternos, para a bênção que te introduz à vida cristã. Escolheram o local para que tua memória guarde, para sempre, a beleza do lugar e da Capela de São Pedro, réplica de igreja de Siena, com afrescos que guardam a pintura de Volpi e vitrais exclusivos.

Ainda não te conheço, pequena minha. Quanto gostaria! Podes, no entanto, sentir, no que te escrevo, o pulsar de meu coração, o calor da minha amizade por ti e pelos teus.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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