Vivemos tempos de ampliação de todas as vulnerabilidades sociais, tempos de redução da renda das famílias em geral, de ampliação do desemprego e de retração das políticas de proteção social. São tempos difíceis, que geram desafios que precisam ser rapidamente enfrentados e superados.

A pandemia e a guerra europeia (entre Rússia e Ucrânia) trazem como subproduto o agravamento da crise econômica em âmbito mundial. Isso, aliado à insensibilidade de governos, faz com que milhões e milhões de pessoas sejam ‘jogadas’ na linha de extrema pobreza e de miséria absoluta. E, infelizmente, esta é a realidade do nosso país agora, em pleno 2022.

Quando nos deparamos com dados que apontam que, atualmente, 33,1 milhões de pessoas passam fome no Brasil, fica evidente que o retrocesso na segurança alimentar é uma triste realidade a ser enfrentada. Algo que não pode esperar! Os dados do ‘Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil’ mostram, também, que 6 em cada 10 brasileiros convivem com algum grau de insegurança alimentar.

As ações precisam ser rápidas e precisas. As medidas que precisam ser tomadas para contenção da fome não podem ser isoladas e insuficientes. Estamos diante de um cenário em que os mais vulneráveis não têm condições de reagir por si só frente à alta da inflação – sobretudo dos alimentos –, frente à alta no desemprego e frente à queda de renda da população.

Nestes tempos, mais do que nunca, um governo com responsabilidade fiscal, com justiça social e com senso apurado de urgência faz toda a diferença. Diante da extrema pobreza e, consequentemente, da fome, qualquer discussão política, filosófica, religiosa ou de qualquer outro espectro, se faz vazia. Diante da fome, em vez da busca por narrativas, a busca deve ser, sim, por soluções.

Entre as principais necessidades vitais do ser humano está a sagrada necessidade de alimentar-se. Com fome, não há direitos, não há liberdade, não há sonhos, não há vida. Com fome, há apenas urgência e pressa!