Aposto que você já disse ou já ouviu falar que o preto combina com tudo, que aquele seu sapato, bolsa ou casaco preto podem assumir onipresença no seu guarda-roupa. Mas a verdade, minha amiga, isso é uma lenda urbana! (pausa dramática com uma provável expressão de espanto ao ler isso)
Aliás, para prender ainda mais a sua atenção ao tema, você sabia que muitas pessoas não têm a cor preta na sua cartela de coloração pessoal? (segunda pausa ainda mais dramática!)
Na semana passada ao falar de casacos que valem o investimento, mencionei as cores que valem a pena e não citei o preto, porque apesar de ser atemporal, encontrar a harmonia do preto, em meio a imensidão de cores existentes, pode ser um desafio. Isso vale também, na hora de ir comprar uma bolsa ou sapato novo - na loja havia várias opções do que chamamos de neutros coloridos, mas você escolheu o “pretinho básico”, porque afinal sempre escutou que “toda mulher tem que ter”
Tecnicamente o preto é um tom acromático (ausência de cor), profundo e intenso e pouco se integra às cores, ou seja, usá-lo junto a algumas cores pode causar um estranhamento visual, como se não acontecesse um encaixe entre elas. Como se onde ela fosse inserida capturasse nosso olhar, não permitindo que ele percorra suavemente a imagem percebida. Também dependendo da produção o preto pode transmitir um ar mais pesado e até impactar na sua silhueta criando recortes, achatando a silhueta e até colocando a atenção visual naquilo que na verdade você gostaria de camuflar. Como se o olhar estagnássemos onde o preto foi inserido, não estabelecendo, assim, uma conexão com o restante da roupa.
Trazendo o tema para a vida real, e para o quanto realmente “toda mulher deveria ter” aquela peça ou item na cor preta, o que precisamos prestar atenção é o quanto queremos transmitir harmonia no visual. As vezes (e pode apostar que muitas vezes) trabalharmos com contraste - nas cores ou estilos - pode ser bastante interessante, pode ser uma forma de expressar sua personalidade, seu estilo, ou como costumo brincar com minhas clientes, encontrar neste contraste a “interessancia” da sua imagem.
Muito tem se falado atualmente sobre esse tema, mas a principal reflexão que eu gostaria de trazer aqui é que muitas vezes investimos em peças – modelos ou cores – sempre dentro do mesmo padrão, naquela famosa zona de conforto, e sem perceber vamos limitando nosso guarda-roupa.
Se eu contasse para você a quantidade de calças pretas, que encontro no guarda-roupa de minhas clientes, vocês não acreditariam! Sendo que existem tantas outras opções de cores escuras e neutras que enriqueceriam as possibilidades de uso, a multiplicação do seu guarda-roupa, como o cinza grafite, o azul marinho, o verde militar, marrons etc., ainda cores escuras, mas não tão fechadas quanto o preto, e principalmente diferente daquelas que você já tem.