Ideias

Izaias Santana - Podemos priorizar o que é essencial

Por Izaias Santana Prefeito de Jacareí |
| Tempo de leitura: 2 min

E, de repente, um vírus nos ensinou que podemos, sim, "parar tudo" e cuidar do que realmente importa. Podemos definir prioridade com clareza e redirecionar os recursos disponíveis. Podemos definir critérios de atendimento e colocar "todos os demais" numa única fila. E isso não é pouco...

Nossa história política é um eterno retorno de vícios privados que dominam o cenário público: patrimonialismo, privilégios, exclusões e discriminações. Veio a pandemia e paramos quase tudo, não sem resistência, claro, mas paramos o que foi necessário para preservar a vida e cuidar da saúde. Todos os investimentos e projetos foram deixados para um segundo plano e viu-se a abertura de vagas de UTIs, ampliação de leitos hospitalares, criação de hospitais de campanha, aquisição - em tempo recorde - de insumos e vacinas.

Viu-se Prefeitos, Governadores e todas as "autoridades" esperarem, na fila, a vez de tomar a vacina, pela idade ou por ter alguma comorbidade. Viu-se uma sociedade rejeitando os "fura-fila das vacinas". Isso é muita coisa...

De repente, tomamos consciência de que é possível ser republicano, é possível lutar contra a desigualdade, rejeitar o "jeitinho brasileiro" e ter ojeriza a privilégios. Assim como estamos nos imunizando contra a Covid-19, que esta pandemia não deixe esses exemplos se perderem.

É possível sonhar que a sociedade brasileira se desperte para enfrentar problemas crônicos: a desigualdade, a condição da mulher, do negro e de todos os "diferentes", por todo e qualquer motivo.

Estes males, exaustivamente diagnosticados em pesquisas e estudos, já têm políticas públicas de enfrentamento, de todos conhecidas, às quais precisam, finalmente, entrar na agenda pública e nas rubricas orçamentárias. As políticas universais, sob um pretexto de observância ao princípio da isonomia, precisam ser direcionadas aos que mais precisam. Projetos têm que sair dos programas de governo - elaborados apenas para conquistar o voto -, e se converterem em ações concretas nas Administrações federal, estaduais e municipais.

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