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Inpe: ministro de Bolsonaro demite diretor após alta no desmatamento

Por Xandu Alves@xandualves10 |
| Tempo de leitura: 2 min
Satélite do Inpe
Satélite do Inpe

Após reunião com o ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, na manhã desta sexta-feira, o diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Ricardo Galvão, foi exonerado do cargo que ocupava desde setembro de 2016. Ele tinha mandato a cumprir até setembro de 2020. A medida foi confirmada pelo governo federal.

Pontes e Galvão reuniram-se por cerca de duas horas, em Brasília. Ao final do encontro, Galvão confirmou sua saída.

"Foi uma reunião muito construtiva, mas meu discurso sobre o presidente [Jair Bolsonaro] gerou constrangimento, então serei exonerado", afirmou em entrevista.

CRÍTICAS.

O Inpe e Galvão vinham sendo criticados pelo presidente e ministros do governo após a divulgação, na segunda quinzena de julho, de dados que apontavam aumento do desmatamento na Amazônia.

Bolsonaro disse que os dados do Inpe eram "mentirosos", que as informações prejudicavam a imagem do Brasil no exterior e sugeriu que Galvão pudesse ter ligação com alguma ONG.

Em resposta, Galvão disse que a atitude do presidente havia sido "pusilânime e covarde". o diretor também disse que o presidente não podia se manifestar como "em uma conversa de botequim".

CONFIANÇA.

A exoneração de Galvão ficou mais evidente na última quinta-feira, durante uma entrevista coletiva de Bolsonaro e Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente.

Disse o presidente: "Se quebrar confiança vai ser demitido sumariamente, não tem desculpa para nenhum subordinado ao governo divulgar dado com esse peso de importância para o nosso Brasil".

Nos últimos dias, já admitindo que pudesse ser demitido, Galvão fez uma defesa contundente da qualidade do trabalho do Inpe e disse que os dados do instituto sobre o desmatamento da Amazônia eram "sólidos".

SUBSTITUTO.

Segundo Galvão, quem deve substituí-lo é o atual diretor interior, Petrônio Souza, que manteria a linha de ação do antecessor.

"Estava preocupado que minha fala respingasse no Inpe, mas nada vai acontecer. O Inpe será preservado. E há grande possibilidade do desenvolvimento da minha linha de ação", disse Galvão.

Em nota, o Ministério da Ciência e Tecnologia confirmou o desligamento de Galvão, agradeceu o "profissionalismo à frente do instituto" e disse que a "escolha do novo diretor do Inpe se dará de acordo com o mérito necessário ao cargo"..

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