SABATINA OVALE

Cury critica Felicio e Anderson e faz elogios a Bolsonaro

Por Da Redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 6 min
Reprodução
Eduardo Cury é candidato à Prefeitura pelo PL
Eduardo Cury é candidato à Prefeitura pelo PL

Candidato à Prefeitura de São José dos Campos, Eduardo Cury (PL) participou nesta terça-feira (17), na redação de OVALE, da sabatina com os postulantes ao Paço Municipal.

As sabatinas com os candidatos a prefeito de São José ocorrerão até 24 de setembro, com início às 19h. As entrevistas terão uma hora de duração e serão transmitidas ao vivo pelo site de OVALE, além do YouTube e Facebook, com conteúdos adicionais no Instagram.

Eduardo Cury respondeu a perguntas do editor-chefe de OVALE, Guilhermo Codazzi, e do repórter especial Xandu Alves.

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Durante a sabatina, Cury fez críticas ao ex-prefeito Felicio Ramuth (PSD), que renunciou ao mandato em abril de 2022, e também ao atual prefeito, Anderson Farias (PSD) - assim como Cury, Felicio e Anderson também eram do PSDB e atuaram no governo do ex-prefeito, entre 2005 e 2012.

Sobre Anderson, Cury o criticou por "abandonar a Prefeitura no meio do mandato". "Um governo tem que ter começo, meio e fim. E se você interrompe o ciclo, é difícil remendar no meio do caminho. E o futuro demonstrou que estávamos certos [em pensar isso]".

Afirmou ainda que ele e o ex-prefeito Emanuel Fernandes (PSDB) se sentiram traídos com a decisão de Felicio, que é o atual vice-governador. "O sentimento de traição é um sentimento individual. Eu e Emanuel, quando houve o rompimento na Prefeitura, nós nos sentimos traídos".

Sobre Anderson, criticou a gestão do atual prefeito, principalmente com relação à dívida com o IPSM (Instituto de Previdência do Servidor Municipal). "Nós percebemos que houve uma mudança de direção dos nossos valores de gestão pública: gastar somente o que arrecada, não esconder verdade sobre as finanças públicas, não deixar rombo para os próximos governantes", disse. "Estamos com uma bola de neve financeira bastante grave. Deixou-se de pagar quase R$ 500 milhões. Para se ter uma ideia, é mais do que a soma de todas as obras que estão sendo pagas esse ano pela Prefeitura. É muito dinheiro. Vai levar muitos anos para colocar a casa em ordem", acrescentou. "É irresponsável um governo fazer uma série de despesas não necessárias e deixar de pagar suas obrigações", concluiu.

Cury afirmou ainda que duas das principais vitrines do governo atual - a Linha Verde e a ponte estaiada - têm "problemas" e que pretende corrigi-los. "A Linha Verde é bem intencionada, mas tem problemas, é subutilizada. Eu vou melhorar a Linha Verde, vou complementar ela". Sobre a ponte estaiada, afirmou que, caso seja eleito, já no primeiro ano vai começar a "corrigir o problema do congestionamento".

Na sabatina, Cury também comentou o resultado da pesquisa Ipec, que foi divulgada durante a sabatina e que colocou o candidato do PL na liderança da disputa pela Prefeitura. "Muito feliz. Continuo na liderança das pesquisas. As pesquisam variam, mas todas elas estão na faixa de 30%", disse. "Fiz 1.400 obras. Em várias áreas, depois que deixei a Prefeitura, não teve evolução nenhuma. Meu desafio é mostrar para as pessoas o que já fiz para São José", acrescentou.

Cury também comentou declarações que fez sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quando ainda estava no PSDB. O ex-prefeito, por exemplo, chamou Bolsonaro de "destruidor" e afirmou que ele não tinha "aptidão para ser presidente". "A primeira [parte] está fora de contexto. Era um elogio. Disse que era destruidor de estruturas podres da política", alegou. "Foi uma falha minha [dizer que ele não tinha aptidão]. Eu tava querendo falar do sistema presidencialista e parlamentarista, e diria que preferia ele mais como presidente do que como primeiro-ministro", argumentou.

O ex-prefeito ainda elogiou Bolsonaro, dizendo que o ex-presidente sofre "perseguição do sistema" e que fez "um grande governo". "Nas grandes questões, compartilho muito da opinião dele", afirmou, defendendo a atuação de Bolsonaro no enfrentamento da pandemia. "Ele comprou as vacinas todas, não houve falta de vacina no Brasil".

Cury criticou o PT pelos "casos de corrupção", mas defendeu o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, que foi condenado e preso por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por causa do mensalão petista. "Não vou fazer julgamento do passado", disse. "Ele [Valdemar] tem sido absolutamente correto comigo".

O ex-prefeito disse que se arrepende de, em 2021, ter votado contra a chamada PEC do Voto Impresso, o que rendeu muitas críticas de eleitores bolsonaristas na época. "Me arrependo dessa votação", afirmou. Cury acrescentou que, como parte da população não acredita nas urnas, deveria ter votado de outra forma com relação à PEC. O candidato do PL disse que é a favor do "voto impresso e de qualquer outro tipo de auditagem do voto". "O fato da gente não ter descoberto nada [de errado nas urnas], não quer dizer que não possa ter".

Cury negou qualquer irregularidade na atuação de empresa de consultoria dele, que foi aberta em 2023 e recebeu R$ 720 mil em apenas 15 meses, sendo R$ 300 mil do PSDB e R$ 180 mil de uma empresa ligada a Valdemar Costa Neto. "Não há nada a esconder. Quando deixei a vida pública, falei que ia abrir uma consultoria".

Cury afirmou que, caso seja eleito, ainda não sabe se irá retomar o projeto de construção da Via Banhado, que foi pensado na reta final do governo dele. "Haveria necessidade de fazer uma grande discussão com a cidade". O candidato disse ainda que a situação financeira da Prefeitura provavelmente seria um impeditivo para fazer a obra no próximo mandato. "A situação financeira da Prefeitura hoje vai ser completamente diferente. Vamos pegar uma grave situação financeira".

O candidato também defendeu o voto a favor, quando deputado federal, a uma mudança na lei da improbidade administrativa. Essa alteração foi muito criticada por procuradores e juristas, que disseram que ela aumentaria a impunidade. Menos de um mês após a lei ser sancionada, Cury usou a nova norma para pedir à Justiça a extinção de um processo de improbidade em que ele era réu, relacionado à obra do Teatro Invertido. "A lei de improbidade tinha uma falha. Tratava quem tinha dolo e quem tinha má-fé do mesmo jeito que aquele que estava sujeito a uma ação inerente de um funcionário, com um erro, que não teve prejuízo. Depois da correção dela, nenhum corrupto deixou de ser processado".

Cury também se defendeu de outra ação movida pelo Ministério Público, na qual foi condenado por improbidade por irregularidades na contratação do Ipplan pela Prefeitura - um dos fundadores do instituto foi um dos cunhados do então prefeito. "O Ipplan foi criado pela sociedade de São José dos Campos. Meu cunhado era um dos fundadores. As maiores lideranças de São José criaram o Ipplan". Segundo Cury, a condenação ocorreu por uma "falha técnica" na contratação. "Não houve má-fé, não houve desvio de dinheiro".

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