SAÚDE MENTAL

Onde está Maria Cibele? Família ora pela volta de mulher que desapareceu em Taubaté

Taubateana desaparecida há mais de 60 dias, vivia reclusa, triste e apresentava quadros agressivos

Por Marcelo Rocha | 26/04/2024 | Tempo de leitura: 4 min
Taubaté

Foto: Arquivo Pessoal

Família busca respostas e apoio após o desaparecimento de uma jovem que lutava contra problemas de saúde mental
Família busca respostas e apoio após o desaparecimento de uma jovem que lutava contra problemas de saúde mental

A taubateana Maria Cibele, de 32 anos, desaparecida desde o dia 22 de fevereiro, quando foi vista pela última vez na rua Pindamonhangaba, no bairro Chácara do Visconde, em Taubaté, está nas orações de seus familiares, que seguem confiantes de que irão encontrá-la e ajudá-la da melhor maneira que ela precisa e merece.

Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp

“Ela vai aparecer, eu vou encontrar e agora vai ser diferente, porque eu consegui a clínica e agora estou preparada caso ela apareça, para ter o suporte, o tratamento que ela precisa”, desabafou Maria Aleikna Gomes Câmara, irmã de Cibele.

O tratamento a que Maria se refere é para lidar com um mal que aflige milhões de pessoas no Brasil e no mundo: a depressão. A família convive com a dor do desaparecimento da jovem, bem como o sentimento de frustração por não terem conseguido perceber sinais de que a saúde mental de Cibele poderia estar clamando por ajuda. Cibele foi para Portugal em 2017 em busca de uma vida melhor, trabalhando com serviços domésticos.

“Ela pedia que a gente rezasse por ela, que estava se sentindo sozinha”, explicou a irmã, e que Cibele tinha dificuldade em se manter nos empregos. Para Maria, Cibele apresentava sinais claros de que estava com a saúde mental abalada, algo como depressão ou mesmo esquizofrenia, já que ela apresentava manias de perseguição e agressividade, vivia reclusa e não se abria com ninguém.

Triste e solitária, Cibele conseguiu da família ajuda para voltar ao Brasil em novembro de 2023, mas ao reencontrar os irmãos, a imagem da menina que exibia uma alegria contagiante mudou totalmente. Cibele passou a ter atitudes agressivas contra os familiares, dizendo que “todos estavam contra ela", que todos haviam “destruído a sua vida”, mas nunca conseguiu apresentar os motivos para as afirmações, sem contar histórias desconexas, explicou a irmã.

IRRECONHECÍVEL

No dia 4 de fevereiro, Cibele já havia desaparecido uma vez, sem deixar recado ou pistas de onde poderia ter ido. No dia 22 de fevereiro, ela reapareceu, causando susto aos seus familiares.

“Parecia uma mendiga, muito magra, queimada de sol, com os pés machucados; gritava, esperneava ”, lamentou Maria. Após mais uma briga recheada de acusações sobre perseguições e ingratidão, Cibele desapareceu novamente e nunca mais foi vista.

FALTA DE APOIO DAS AUTORIDADES

Nesse triste dia, diante do clima altamente pesado, o Samu  foi chamado para que Cibele fosse levada para uma unidade de saúde, e com isso dar início a algum tratamento psiquiátrico regular, entretanto, nenhuma unidade de atendimento móvel foi acionada. Maria disse com tristeza sobre o sentimento de arrependimento por não ter conseguido ajudar a irmã com exames e tratamentos, recordando que a irmã nunca passou em consulta médica para buscar alívio em suas tensões emocionais, algo que poderia ser bem diferente se hoje ela estivesse de volta.

“A gente fica com um dilema na cabeça, de ter estado com a pessoa e não ter conseguido dar o suporte que ela precisava naquele momento. Agora, a gente não ter esse contato com ela e ter o recurso agora para oferecer, é um sentimento devastador."

MINHA GRANDE AMIGA

O amor entre as irmãs se solidificou ainda mais, após passarem por períodos difíceis por conta do diagnóstico avançado de câncer, o qual o pai das jovens foi acometido. A morte do senhor Paulo, em 2006, foi a primeira grande queda emocional na família. Depois vieram recorrentes casos de AVC (Acidente Vascular Cerebral), da mãe, que hoje vive no Pará. Diante de tanta dificuldade, a união das irmãs refletia um sentimento de fortaleza, de que ambas poderiam contar uma com a outra, sempre. “Ela foi uma mãe para mim, numa época em que fiquei desempregada; ela era o suporte para mim”.

A seguir, algumas características que podem ajudar a identificar Cibele:

Mulher branca, com cabelos castanhos na altura dos ombros, aproximadamente 1,60 m de altura e possui uma tatuagem no braço com o símbolo do infinito com os nomes dos pais, ‘Paulo e Rosa’ e outra, com a imagem de Nossa Senhora Aparecida. No dia do seu desaparecimento, ela vestia uma calça preta e uma blusa rosa de frio.

Apesar dos desafios enfrentados pela família e da incerteza sobre o desfecho deste caso, eles mantêm a esperança e continuam mobilizando esforços para encontrar Maria Cibele. E Maria, compartilha um sentimento para quem se sentiu tocado com essa história:

“Peço para que todos tenham a sensibilidade de enxergar a pessoa além do que ela está aparentando, porque tem uma história atrás disso. A gente às vezes olha e julga, a gente nunca sabe o que tem ali por trás, a história que passou, porque ela está naquela situação. O primeiro julgamento é sempre o pior de todos, porque a gente julga o que está vendo e não o que há de concreto”.

Informações sobre Maria Cibele devem ser passadas para a polícia ou no telefone divulgado pela família nas redes sociais: (12) 99251-0288.

Receba as notícias mais relevantes de Vale Do Paraíba e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.