FEMINICÍDIO NO VALE

'Muitos gritos': denúncia anônima levou Deic à prisão do homem que enterrou a namorada

Pelo Disque-Denúncia, pessoa informou que viu a mulher entrar na casa de Ceará, ouviu uma briga e muitos gritos, seguidos por silêncio. Depois, pedreiro levou cimento para a casa

Por Da redação | 26/04/2024 | Tempo de leitura: 4 min
Taubaté

Reprodução/Polícia Civil

Momento em que o Corpo de Bombeiros inicia a retirada do corpo
Momento em que o Corpo de Bombeiros inicia a retirada do corpo

São 10h07. Dia 25 de abril de 2024. O telefone 181 recebe uma denúncia anônima. Na mensagem, o denunciante diz desconfiar que um pedreiro havia matado a namorada e enterrado o corpo no quintal da própria casa, em Taubaté. Esta foi a senha que levou a Polícia Civil a descobrir um crime macabro, que chocou o Vale do Paraíba. O homem foi preso e confessou o crime. O corpo da vítima, uma mãe de três filhos, foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros.

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Ao 181, o denunciante afirmou ter visto a namorada do suspeito entrar na casa e comentou que houve uma briga intensa, com 'muitos gritos' durante a noite. Depois, após o fim da briga, ele estranhou que o homem entrou com cimento na casa no dia seguinte, um sábado, e também não viu a mulher deixar a casa.

“Vi uma moça entrando na casa do Manoel (Ceará) na sexta-feira (19), teve uma briga entre eles durante a noite, muitos GRITOS rolou. E demorou POUCO, a briga e os gritos acabou. Mas desde então não vi mais a moça sair de dentro da casa dele. No outro dia vi ele entrando com cimento para dentro da casa. E pelo que observei, ele não fica mais dentro de casa, somente do outro lado da rua ou andando de bicicleta sem rumo. Este rapaz já foi preso”, dizia a denúncia anônima.

Em seguida, às 11h, os policiais da Deic (Delegacia Especializada de Investigações Criminas) foram ao endereço indicado.

"Lá chegando, verificaram que o portão estava encostado, sendo possível visualizar que havia um cimentado recente no quintal de entrada no imóvel, uma vez que a coloração era complemente distinta, demonstrando que foi feito em momento posterior ao restante do quintal. Verificaram também a existência de uma bicicleta barra forte vermelha, o que indicava que o local da denúncia efetivamente era aquele", informaram os policiais.

"Antes mesmo de baterem palmas na porta apareceu um sujeito do sexo masculino sem camiseta. Tal sujeito se identificou como Manoel Aurino Chaves dos Santos, afirmando ser morador do local, bem como ser apelidado de “Ceará”. Ato seqüencial foi questionado a respeito da denúncia existente nos órgãos policiais, momento em que, de pronto, afirmou que realmente havia matado sua companheira e enterrado ali mesmo no quintal. Questionado, disse que teve uma briga com ela na última sexta-feira e acabou a matando esganada", complementaram os policiais civis no boletim de ocorrência.

PRISÃO.

Após confessar o crime, Manoel Aurino Chaves dos Santos, de 52 anos, foi preso em flagrante por feminicídio e ocultação de cadáver. Ele matou a namorada Natália Aline da Silva, 31 anos, e depois enterrou o corpo no quintal de sua casa, na avenida Padre Fischer, no bairro Parque São Luís. Depois, o homem, conhecido pelo apelido de Ceará, ainda concretou o quintal. Mesmo depois do crime, segundo o pai da vítima, Ceará esteve na casa da família, perguntando sobre o paradeiro dela. “Acho que ele já tinha matado ela”, disse o aposentado Gilmar da Silva, pai de Natália.

A vítima conheceu o seu algo na internet e os dois estavam namorando havia cerca de um mês. O autor do crime parecia "uma pessoa boa, uma pessoa normal" e tinha "boa aparência", afirmou a OVALE o aposentado Gilmar da Silva, o pai de Natália, que está desolado em razão do crime. Após conhecer Manoel, Natália, que de acordo com o pai, tinha problemas psicológicos, passou a frequentar a casa do rapaz. Vizinhos ouvidos pela reportagem afirmaram que ele consumia bebida alcoólica com frequência. Manoel passou a frequentar a casa de Natália e da família. “Foi umas três vezes lá em casa. Parecia uma pessoa boa, uma pessoa normal. Tinha uma boa aparência”, disse Gilmar.

Segundo o pai, Natália desapareceu na última sexta-feira (19). Vizinhos ouvidos pela reportagem, foi nessa data que ouviram uma briga pesada na casa de Manoel. O corpo foi encontrado nesta quinta-feira (25). “Ela saiu e não voltou mais”, disse. Durante a semana, de acordo com Gilmar, Manoel teria ido na casa da família perguntado sobre Natália. Manoel matou Natália em casa e enterrou o corpo no quintal. Não haverá velório para a despedida de Natália. Seu corpo deve ser enterrado no cemitério do Belém, em Taubaté.

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