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IGREJA CATÓLICA
‘Cessem as brigas, divisões, agressões e guerras’, diz dom Orlando no Santuário Nacional
Arcebispo de Aparecida celebrou a Missa do Lava-pés no Santuário Nacional
Por Da redação | 29/03/2024 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos
Divulgação / Thiago Leon / Santuário Nacional
O arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, fez um apelo pela paz e a amizade social, tema da Campanha de Fraternidade deste ano, em sua pregação na Missa do Lava-pés, celebração realizada na noite de quinta-feira (28) no Santuário Nacional de Aparecida.
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Tradicional na Igreja Católica, a cerimônia reproduz o momento antes da Santa Ceia quando Jesus Cristo lavou os pés dos 12 discípulos convidados para a refeição com ele.
Após anos de tensão e conflitos com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Basílica, Orlando Brandes pregou pela compaixão e aceitação das diferenças.
“Não permitais que tenhamos pés sujos, que vêm da inveja, inimizade, orgulho, indiferença, vingança. Esses pés sujos que só servem para chutar os outros e espezinhá-los. Dai Senhor Jesus pela Eucaristia, pés limpos, corações limpos”, disse o arcebispo.
Que completou: “Cessem as brigas, as divisões, agressões, discórdias, guerras. Somos todos irmãos no Sangue de Nosso Senhor Jesus e consanguíneos Nele na Eucaristia”.
A Missa do Lava-pés encerra o tempo quaresmal e lembra a instituição da eucaristia, ensinamento de que, segundo dom Orlando, a vida deve ser “doada sempre em atitudes de amor e de gratuidade”.
HUMILDADE.
Jesus realiza a última ceia com os seus discípulos, ato que é recordado durante a celebração litúrgica. Antes da última ceia com os seus discípulos, Jesus realiza o rito do lava-pés: ele se abaixa e se coloca a serviço do outro, ensinando aos discípulos que eles devem fazer a mesma coisa.
Na homilia da missa em Aparecida, o arcebispo refletiu sobre a força da eucaristia. “Estamos aqui celebrando este oceano de amor de Deus na Quinta-Feira Santa: instituição da eucaristia, do sacerdócio, do lava-pés e também do mandamento do amor. Um oceano de amor e graça. Vamos acreditar que somos amados diante de sinais tão claros manifestados na liturgia”.
Segundo dom Orlando, Jesus tem sede de nós antes de a gente ter sede dele. “É o desejo dele de nos encontrar na eucaristia. Cada comunhão nossa foi desejada por Jesus. Isso é lindo demais, porque a gente fala só do nosso desejo e o primeiro desejo é dele, e assim acontece esse encontro tão transformador com Nosso Senhor Jesus”.
“Podemos ver, ouvir e tocar em Jesus, assim nos tornamos osso de seus ossos, carne da sua carne, vamos nos transformando nele, estamos ressuscitando em cada eucaristia. Tornamo-nos aquele que recebemos”, afirmou o arcebispo.
REFLEXÃO.
O arcebispo também ressaltou a relevância espiritual em lavar os pés daqueles mais precisam.
“Creio que nós sentimos essa felicidade em pequenos gestos de compreensão, sensibilidade, humanismo, perdão, sentimos em tudo isso a felicidade. A prática do lava-pés é a felicidade que ninguém pode tirar. Lava-pés significa a graça de sermos fraternos, servidores.”
Após a reflexão, assim como Jesus realizou com os apóstolos com humildade e servidão, aconteceu o rito do lava-pés da missa do Santuário Nacional. Reuniu-se um grupo diverso quanto às origens, idades, experiências, composto por crianças, adultos, leigos, religiosos e funcionários da Basílica. Eles tiveram seus pés lavados e beijados pelo arcebispo de Aparecida, fazendo a conexão com a Campanha da Fraternidade 2024, cuja tema é: “Fraternidade e Amizade Social”.
“A comunhão no sangue de Jesus, que morreu por todos. Eis aí a possibilidade da amizade social, esse grupo está representando a amizade social, pessoas de diferentes experiências. Pés limpos fazem a gente correr ao encontro do outro. Pés limpos e velozes para a fraternidade e para encontrar aquele que é um sacrário de Jesus Cristo. Pés no chão, viver o cotidiano na realidade que nos envolve. Pés na estrada, ser missionário, caminhando e evangelizando e Jesus sendo levado”, disse dom Orlando.
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