FUNCIONALISMO

Câmara de Franca aprova correção salarial aos servidores municipais

Com a ajuda dos parlamentares, sindicato da categoria buscava uma melhora na proposta oferecida pelo Executivo, mas não foi possível 'por ser ano eleitoral'.

Por N. Fradique | 26/03/2024 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

N. Fradique/GCN

Vereadores em sessão no Centro Comunitário do bairro Santa Maria, nesta terça-feira, 26
Vereadores em sessão no Centro Comunitário do bairro Santa Maria, nesta terça-feira, 26

A Prefeitura de Franca manteve a proposta de reajuste dos salários dos servidores municipais em 3,86%, e o projeto foi aprovado pelos vereadores na sessão da Câmara Municipal desta terça-feira, 26, realizada no Centro Comunitário do Residencial Santa Maria, zona Oeste da cidade.

O sindicato da categoria buscava uma melhora na proposta do Executivo, que ofereceu apenas a reposição da inflação. O pedido dos servidores era de mais 4% sobre o índice inflacionário e mais R$ 150 sobre o valor do Vale Alimentação.

Como o prazo eleitoral para concessão de aumento expira em 5 de março, o próprio representante do Sindicato dos Servidores, Luís Fernando Nascimento, usou a Tribuna durante a sessão pedindo que os vereadores votassem o projeto original, mesmo que sob protesto.

Dirigente lamenta
“Foi mandado um projeto goela abaixo, não encerraram-se as negociações. Foi montada uma comissão com alguns vereadores para ajudar nas negociações, mas não houve avanço. A Prefeitura manteve o projeto recusado pela categoria em assembleia. Nós mostramos que a Prefeitura tem margem na Lei de Responsabilidade para conceder o aumento em até 4%, mas foi negado. Pedimos um aumento no cartão alimentação de R$ 150, não aceitou nem apresentou nenhuma proposta. Ele não deu nenhum aumento, apenas a inflação que é uma obrigação. Mas para não sermos prejudicados, a Câmara votou”, disse Fernando Nascimento.

Nascimento disse que se não fosse um ano eleitoral, que necessita cumprir a data limite para a concessão de aumento, a liderança iria endurecer nas negociações. “Se não fosse ao meu pedido, nós íamos arrastar essa negociação por mais tempo, mas infelizmente a lei nos impede de fazer isso, Então a gente pede que os vereadores votem favoráveis para que nós não percamos outros benefícios que já estão garantidos”, concluiu o presidente do Sindicato.

Vereadores criticam
Os vereadores Gilson Pelizaro (PT), Lurdinha Granzotte (Republicanos), Ilton Ferreira (PL), Claudinei da Rocha (MDB) e Della Motta (Podemos) também lamentaram a decisão de reposição simples da inflação à categoria. “Eu não consigo entender o gestor querer a inimizade dos próprios funcionários dele”, disse Ilton.

Pelizaro, que fez parte da Comissão de Negociação da Câmara na questão, lamentou como foi conduzido o processo. “Se a gente tivesse sido convidado com antecedência, poderíamos ter colaborado para um resultado melhor ao final das negociações. Fico triste porque vamos chancelar uma coisa que não teve acordo. Deixo aqui meu repúdio à maneira que foi feito esse processo de negociação”.

“Eu fico muito chateada porque a Câmara entrou nesse processo sem ser convidada. A gente se ofereceu para facilitar um diálogo entre Sindicato e Executivo. Infelizmente o resultado não foi o esperado. Nós pedimos que o vale alimentação chegasse pelo menos até um mil reais, mas não deu um centavo a mais. Deixo aqui meu repúdio”, disse Lurdinha.

Della Motta lamentou que a Comissão formada pela Câmara não tenha conseguido ajudar nas negociações sobre o reajuste. “A Câmara entrou nesse conflito aos 46 do segundo tempo. Os vereadores escolhidos participaram de três reuniões, infelizmente não chegaram a um acordo. Nós sabemos que esse aumento não é o ideal para nenhum trabalhador. Mas para eles não perderem os direitos e outros benefícios, nós votamos o projeto”, disse ele, que é o presidente do Legislativo.

Por fim, Claudinei da Rocha disse que se não fosse ano eleitoral daria para esticar as negociações. “Nós estaremos votando a pedido do presidente da categoria e não tem como esticar mais essa discussão”.

O que diz a ata
De acordo com a ata elaborada na última reunião entre as partes esclarecendo o porquê do Executivo manter a proposta de aplicar o índice de 3,86% sobre os vencimentos dos servidores, Neide Aparecida, do setor de finanças da Prefeitura disse: “Analisando as despesas e a arrecadação, considerando um ano eleitoral e que a Prefeitura tem que deixar os valores para realização dos pagamentos futuros, não houve possibilidade de concessão de valor maior”. O quadro de funcionários da Prefeitura de Franca é de cerca de 5 mil servidores.

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3 COMENTÁRIOS

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  • BALDIN
    27/03/2024
    Ora, quem não ta dando a mínima pra esse aumento são os fiscais de obras e posturas, um cargo de nível médio remunerado em quase 15 mil reais, cuja maior fonte é o bonus de produtividade. Enquanto isso, os engenheiros da prefeitura, que fazem trabalhos muito mais benéficos à toda a população (vide N.G.A., Creches, escolas, praças de esportes, obras de pavimentação) que estão sendo construídas no município em grande número, todas de responsabilidade não da secretaria de infraestrutura, mas dos Engenheiros e Arquitetos que trabalham para o município, ganham 1/3 desse valor.
  • Ninguém sindicalista
    26/03/2024
    Pelego! Deixa a data da lei estourar melhor para fazer pressão no prefeito. Se investigar tem mala branca nessa história.
  • Eric
    26/03/2024
    Sindicato frouxo! O prefeito, pra aumentar os vencimentos da nata do Executivo, é um mão aberta sem limites e usa todo tipo de subterfúgio; agora, para garantir o mínimo pro restante da plebe, é um sovina de uma hipocrisia vergonhosa. E quem deveria defender os servidores fica mansinho, aceitando todos esses desmandos como se fosse a coisa mais normal do mundo. Sem desculpas para a covardia!