INVESTIGAÇÃO

Delegado de Indaiatuba ameaçava empresários com prisão e apreendia bens das vítimas

Esquema revelado nesta terça-feira contava com o envolvimento de agentes da Polícia Civil, da Guarda Municipal e da Prefeitura de Indaiatuba. PM apreendeu armas, drogas e dinheiro.

Por Redação | 27/03/2024 | Tempo de leitura: 2 min
Especial para a Sampi Campinas

Leonardo Vieira/Sampi Campinas

Membros do GAECO e da Polícia Civil durante coletiva de imprensa nesta tarde
Membros do GAECO e da Polícia Civil durante coletiva de imprensa nesta tarde

O esquema de extorsão contra empresários de Indaiatuba, descoberto por investigação do Ministério Público de São Paulo, tinha como aliado o poder de ameaça de agentes da Polícia Civil e da Guarda Civil Municipal da cidade.

De acordo com o GAECO (Grupo de Atuação no Combate ao Crime Organizado), há indícios de que membros da Polícia Civil apreenderam materiais sem mandados judiciais, ameaçaram empresários e sequestraram bens das vítimas. Em troca, os envolvidos pediam dinheiro aos donos de empresa para devolver os produtos e arquivar investigações.

O caso veio à tona na manhã desta terça-feira (26), durante a Operação Chicago, deflagrada em conjunto pelo GAECO, pela corregedoria da Polícia Civil e pela Polícia Militar.

De acordo com o GAECO, todo o esquema era comandado pelo delegado  José Clésio Silva de Oliveira Filho, que estava à frente do 1º Distrito Policial. Era ele quem autorizava as investigações e firmava a abertura de inquéritos. Os valores depositados por vítimas também eram direcionados ao delegado, que, suspeita-se, dividia com o restante do grupo.

Além de José Clésio, atuavam no esquema um escrivão, dois investigadores, dois guardas civis, três advogados e três servidores comissionados da Prefeitura de Indaiatuba.

Em um dos casos, segundo o GAECO, a Polícia chegou a apreender 25 carros de uma empresa para forçar o proprietário a repassar valores à organização criminosa. Os agentes ameaçavam as vítimas com prisão e mandados de busca e apreensão contra seus estabelecimentos. Na lista de empresas lesadas, há supermercados, açougues, lojas de veículos e de vestuário.

As investigações apontam que os suspeitos chegaram a exigir cifras de R$ 3 milhões para arquivar os inquéritos, gerados através de boletins de ocorrência falsos.

Todos os envolvidos foram detidos na manhã desta terça. Durante a operação, agentes do 1º BAEP (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) apreenderam duas pistolas, um revólver, um rifle, 150 munições, 59 caixas de anabolizantes, R$ 5 mil, algumas porções de maconha, crack e cocaína.

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