ACOLHIMENTO DE PETS

VÍDEO: ‘Mansão dos Cães’ tem música, TV, porta e vai ganhar piso; casa recolhe animais

Casal de São Bernardo construiu uma casa de madeira em miniatura para abrigar cães abandonados

Por Xandu Alves | 20/03/2024 | Tempo de leitura: 4 min
São José dos Campos

Divulgação

Um dos ocupantes da 'mansão dos cães'
Um dos ocupantes da 'mansão dos cães'

Casa, comida, banho, televisão, música e perfil no Instagram.

Era uma vez uma casinha de madeira construída como muito amor, na qual vivem Negona, Neguinha Peluda, Maik, Frozem, Bela, Neguinho, Tico e Teco.

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Eles não são os sete anões – até porque são oito –, mas têm uma moradia tão bem construída quanto os personagens criados pelos irmãos Grimm, depois animados pela Disney.

Na nossa incrível história, trata-se de oito cachorros abandonados que foram adotados por um casal de São Bernardo do Campo. Adotados é pouco, na verdade.

CASA EM MINIATURA.

Lucélia Morais, 40 anos, e Denivaldo Ferreira, 49 anos, construíram uma casa em miniatura de madeira para abrigar os animais de rua. E criaram um perfil no Instagram para a moradia – o Lar 6Qlate.

Com televisão, caixa de som, varanda, duas portas e três janelas, a ‘mansão dos cães’ viralizou nas redes sociais nas últimas semanas, mas é um projeto que nasceu em 2020, no primeiro ano da pandemia.

“O que move a gente é o amor pelos cães. É o coração da gente que pede para fazer”, explica a dona de casa Lucélia. “Eles são animais que não conseguem pedir. Não tem ninguém por eles. Pelo menos por esses a gente faz de coração”.

ABANDONADO.

Ela conta que um dia um cachorro foi abandonado na rua dela. Alguns lhe davam comida, mas o animal estava em péssimas condições. Lucélia começou a ajudar o cachorrinho por gostar de animais desde sempre.

“Demos ração, levamos ao veterinário e ele melhorou. Mas daí, andando pelo bairro, ele apareceu com outra cachorrinha”, lembra.

E depois apareceu o terceiro, o quarto e assim por diante. Denivaldo resolveu construir uma casinha para os bichanos. Ergueu uma espécie de barraco de madeira em um terreno do outro lado da rua, para que os cães pudessem se abrigar.

O tempo foi deteriorando a moradia enquanto mais cães apareciam ma vizinhança. “Acabou que a casinha começou a quebrar, e aí veio a pandemia”, diz Lucélia.

O marido caminhoneiro foi obrigado a ficar em casa no começo da pandemia. Denivaldo aproveitou o tempo e projetou, desenhou e executou todo o trabalho de uma nova casa, que hoje abriga oito cães, quatro machos e quatro fêmeas – só dois ainda não estão castrados.

Segundo ele, a casa tem quatro metros de frente por 1,80m de fundo. A altura é de 1,20m na frente e de 1,50m no fundo. Há um cômodo em formato de L no interior, com televisão e caixa de som para os bichanos. As portas têm portinholas do tipo ‘vai e vem’ que permitem acesso livre aos pets. No inverno, o interior ganha cortinhas para aquecer os residentes.

TEVÊ E SOM.

“Meu marido colocou uma tevê que era do caminhão dele e que não pegava mais lá. Ele trouxe para cá e colocou na casinha. Tem também uma caixinha de som. Nesse calor, colocamos um ventilador. Os cães ficam soltos e correm de lá para cá, mas quando a TV está ligada eles ficam quietos. Acho que com o barulho da TV eles não se sentem sozinhos”, diz Lucélia.

Segundo ela, os cães saem para a rua e depois voltam, não deixando a casa por nada. Ela e o marido moram na casa em frente, que é alugada.

“Eles não vão embora e ficam por aqui. Passeiam no bairro e todos os conhecem. Eles sabem que eu cuido. A vizinhança que trabalha e pega ônibus, os cães acompanham as vizinhas até o ponto e depois voltam. Criaram afeição com a gente e a gente com eles. Eu os considero como nossos, não são abandonados.”

FAMÍLIA.

Lucélia e Denivaldo têm uma filha de 11 anos. Ele tem três filhos e ela um rapaz, todos adultos e frutos de casamentos anteriores. Os cães fazem parte da família.

“O marido viaja e eu fico cuidando. Faço até chamada de vídeo para eles verem meu marido. A Negona é apaixonada por ele, e fica procurando por ele. Adora meu marido. Quando ouve a voz e ele chega de viagem, ela fica o tempo todo com ele. E ele ama a todos. Só não ajudamos mais porque não damos conta”, afirma Lucélia.

O custo da boa ação vai ficando alto para o orçamento da família. Denivaldo vendeu uma moto e arrecadou R$ 5 mil para construir a casa, que exige manutenção – ele pretende por piso na lateral do imóvel.

CUSTO.

Lucélia conta que os animais consomem até quatro sacos de 15 quilos de ração por mês, o que custa em torno de R$ 400. Sem contar as idas ao veterinário, quando os cães precisam. Ela também gasta com um galão de cinco litros de xampu para banhar os animais.

“O que puder fazer, a gente faz. É natural e faço por amor”, diz ela.

Depois da repercussão da história, Lucélia diz que vai colocar uma chave Pix no Instagram da turma animal para quem quiser ajudar a custear a família canina. Eles também aceitam doação de ração e de outros itens para os cães.

“Não somos uma ONG e não conseguimos pegar mais animais do que já temos. Caso alguém queira doar alguma coisa para os cães, será bem-vindo”, diz a dona de casa.

Na ‘mansão dos cães’, a riqueza não vem da construção, mas do amor dos construtores. Naturalmente retribuído pelos ocupantes. Au au!

A 'mansão dos cães' sendo construída
A 'mansão dos cães' sendo construída
Mais uma etapa da construção
Mais uma etapa da construção
Com melhor acabamento
Com melhor acabamento
E cobertor na porta durante o inverno
E cobertor na porta durante o inverno
A casa com seus moradores
A casa com seus moradores
A turma canina da 'mansão'
A turma canina da 'mansão'
A primeira casa feita por Denivaldo
A primeira casa feita por Denivaldo
Denivaldo, a mulher e a filha
Denivaldo, a mulher e a filha

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