SETOR AUTOMOTIVO

GM anuncia investimento de R$ 7 bilhões no Brasil; Sindicato cobra parcela para São José

Montadora anunciou o investimento em reunião com o presidente Lula; valor será aplicado até 2028

Por Da redação | 24/01/2024 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

Divulgação

Linha de produção da GM em São José dos Campos
Linha de produção da GM em São José dos Campos

A montadora General Motors anunciou um investimento de R$ 7 bilhões no Brasil até 2028. O anúncio foi feito em Brasília, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o alto escalão do governo federal.

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O encontro também contou com a participação do presidente internacional da GM, Shilpan Amin, do presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, e do vice-presidente Fábio Rua.

“Esses investimentos vêm em boa hora, com a retomada do crescimento econômico brasileiro com programas como o Novo PAC e a Nova Política Industrial. Reindustrialização, geração de emprego e compromisso com o desenvolvimento sustentável”, escreveu Lula na rede social X (antigo Twitter).

Em coletiva de imprensa para detalhar a reunião e o plano da empresa, Amin afirmou que os valores serão voltados para as fábricas da companhia no país, para renovar as frotas, melhorar a sustentabilidade, melhorar o treinamento de pessoal e para lançar novos modelos.

“A discussão com o presidente Lula foi fantástica. A transformação no setor não vai acontecer do dia para a noite, vai levar em consideração nossos fornecedores, vai precisar de regulamentação e confiança no que estamos fazendo. Também pensamos como trabalhar juntos e como ser líderes dessa tecnologia, estamos prontos para essa discussão e alinhados com o presidente Lula”, disse Almin.

Rua esclareceu que há um cronograma para distribuir os investimentos ao longo do tempo e garantiu que os valores poderão ser aumentados “a depender da demanda de mercado”.

FÁBRICAS

Chamorro apontou que todo o investimento anunciado será apenas para o Brasil e não envolve outros países, como a Argentina. Ele também revelou que, ao longo de 2024, a empresa lançará seis novos modelos.

“Estamos modernizando nossas atuais fábricas de produção. Temos uma capacidade ampla e esperamos crescer fora do Brasil, na América do Sul. Exportamos mais de R$ 8 bilhões por ano. 80% dos veículos da GM já são de fonte brasileira. Esperamos melhorar as condições econômicas do Brasil, para crescer esse volume e aumentar as nossas fábricas”, ressaltou o executivo.

Ainda não há detalhes sobre quais produtos serão fabricados no Brasil com esse aporte. A direção mundial da GM já anunciou diversas vezes que o foco da companhia, ao menos nos Estados Unidos, serão os veículos elétricos, devido a questões ambientais.

“O Brasil tem um potencial muito forte para veículos elétricos, com minérios para a fabricação de baterias. E a demanda e a curiosidade do consumidor estão por aí. Não falaria nem sim ou não, mas esse mercado tem potencial”, completou Chamorro, que também falou sobre os lançamentos da montadora para 2024.

"São seis lançamentos para 2024. Já anunciamos Blazer e Equinox EV [versão totalmente elétrica do SUV médio], além da nova Spin, que vem carregada de novidades. Temos outros três que ainda não posso revelar, mas todos fazem parte do ciclo anunciado aqui", afirmou.

SÃO JOSÉ

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Weller Gonçalves disse que a entidade vai pedir uma reunião com a GM para debater os novos investimentos. Na fábrica de São José, a GM produz atualmente os modelos S10 e Trailblazer.

“Vamos cobrar a manutenção dos postos de trabalho e que gerem empregos em São José”, disse Gonçalves.

Em outubro do ano passado, a GM comunicou a demissão de trabalhadores em três fábricas no estado de São Paulo. As dispensas ocorreram nas cidades de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes, com 823 trabalhadores apenas no Vale do Paraíba.

Os cortes foram revertidos na Justiça. Logo depois, a GM lançou um Programa de Demissão Voluntária em São José.

Rua evitou comentar sobre a situação, mas disse que as demissões foram feitas em “uma conjuntura que pedia ajustes”.

“As demissões vieram em um contexto particular no final do ano passado, mas a nossa perspectiva é continuar crescendo”, disse o vice-presidente da GM.

Na época, GM justificou as demissões em decorrência da queda nas vendas, o que levou a empresa a “adequar seu quadro de empregados”.

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