CONFLITO

Na presidência do Conselho de Segurança da ONU, Brasil vive desafio diplomático em Gaza

Com veto dos EUA, proposta do Brasil de pausa humanitária na Faixa de Gaza não é aprovada na ONU

Por Da redação | 22/10/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Reprodução / ONU

Conselho de Segurança da ONU
Conselho de Segurança da ONU

Após assumir a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil propôs uma pausa humanitária na Faixa de Gaza para socorrer milhares de civis.

Com um veto dos Estados Unidos, a resolução não foi aprovada na quarta-feira (18).

O bloqueio aprofunda a crise política e escancara a incapacidade das potências de chegar a um entendimento para frear o ciclo de mortes, além de tornar mais complexa a missão diplomática do Brasil.

Israel voltou a enfrentar palestinos em uma guerra após sofrer ataques do grupo extremista Hamas, no sábado (7).

Os ataques mataram pelo menos 1.400 israelenses desde o início e resultaram em uma declaração de guerra. Mais de 2.750 palestinos foram mortos nos bombardeios em Gaza, além de 9.700 feridos.

Esse 'barril de pólvora' entre judeus e árabes traz desafios diplomáticos inéditos para o Brasil, que ocupa uma das 10 vagas do Conselho para membros não permanentes.

Além disso, o Brasil assumiu simbolicamente a presidência do G20 em setembro, numa rara oportunidade de protagonismo na agenda global.

RESOLUÇÃO

Para ser aprovada, uma resolução no Conselho da ONU precisa de nove votos dos 15 membros do órgão. Mas não pode contar com nenhum veto. Apenas cinco países podem vetar: EUA, China, Rússia, Reino Unido e França.

Tradicional aliado de Israel, os EUA exerceram o poder de veto e derrubaram a proposta do Brasil. O voto era visto como um teste para a credibilidade do Conselho que, nos últimos sete anos, não conseguiu aprovar nenhum entendimento entre as potências no que se refere à crise entre palestinos e israelenses.

"A nossa preocupação foi sempre humanitária e, enfim, cada país terá tido sua inspiração própria", afirmou o chanceler Mauro Vieira, em coletiva no Itamaraty.

"Infelizmente, não foi possível se aprovar [a proposta brasileira]. Ficou clara uma divisão de opiniões, mas acho que, do nosso ponto de vista e da nossa presidência, fizemos todo o esforço possível para que cessassem as hostilidades, parassem os sacrifícios humanos e pudéssemos dar assistência aos brasileiros que estavam em Gaza", afirmou.

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