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POLÍTICA
Defendida por bolsonaristas, CPMI do Golpe vira ‘arma’ contra bolsonarismo
Depoimentos constrangem apoiadores do ex-presidente e revela indícios de participação de Bolsonaro e seus asseclas em tentativa de golpe de Estado
Por Da redação | 27/08/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos
Divulgação / Geraldo Magela / Agência Senado
O tiro saiu pela culatra e atingiu o pé. E tiro de bazuca.
A metáfora descreve a situação dos parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com relação à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro.
O mecanismo foi proposto e defendido pelos bolsonaristas, no começo deste ano, como forma de acuar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teria sido leniente com os golpistas, de acordo com a tese bolsonarista.
Em fevereiro, deputados e senadores do PL, principal partido de oposição, carregaram cartazes e convocaram a imprensa para acusar o governo de impedir a criação da CPMI, que deveria mostrar que Lula teria tido interesse nos atos golpistas.
Nas redes sociais, os apoiadores de Bolsonaro publicaram uma lista de deputados que não assinaram o requerimento de abertura da CPMI, como forma de pressão.
O caldo político esquentou quando vazaram imagens mostrando a falta de ação do então chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Gonçalves Dias, no dia das invasões.
ABERTURA
O desinteresse do governo e o vídeo de Dias foram o combustível que faltava para os bolsonaristas conseguirem a abertura da CPMI.
Parlamentares da oposição negociaram para serem indicados a participar da investigação. Entraram até os filhos do ex-presidente, Flávio e Eduardo Bolsonaro, que são suplentes na comissão.
A expectativa era de constranger gente graúda do governo durante os depoimentos, como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
Mas daí a ‘bomba para cima de Lula’ mudou de lado e atingiu Bolsonaro e seus apoiadores.
O governo ficou com a maioria dos parlamentares e controlou a CPI, aprovando a convocação de personagens vinculados a Bolsonaro que causam constrangimento justamente para a oposição.
Como a imagem da tornozeleira eletrônica do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, que chamou mais atenção do que seu depoimento. Depois o hacker Walter Delgatti, que acusou Bolsonaro de conspirar contra a urna eletrônica.
MAURO CID
A ópera bufa se completou com o fardado tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que se calou diante da CPMI. Mas as revelações de envolvimento no escândalo das joias e movimentações milionárias em sua conta constrangeram ainda mais os bolsonaristas.
Ou seja, a CPMI de 8 de janeiro que foi proposta por bolsonaristas que queriam mostrar falhas do governo se tornou uma arma contra Bolsonaro, com indícios de participação do presidente e seus asseclas numa tentativa de golpe de Estado. Instrumento criado pelos bolsonaristas se tornou em arma contra o bolsonarismo. Bem no pé.
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José Mario de Oliveira
27/08/2023