AVIAÇÃO

Embraer negocia parcerias com a China e a Índia para alavancar a venda de aeronaves

Meta da fabricante é retomar a entrega de mais de 100 aviões por ano

Por Xandu Alves | 18/06/2023 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

Divulgação

Francisco Gomes Neto, presidente e CEO da Embraer
Francisco Gomes Neto, presidente e CEO da Embraer

Após o fracasso da negociação comercial com a Boeing, a Embraer segue em busca de um parceiro para alavancar a produção e a venda das aeronaves comerciais. O alvo agora são dois países da Ásia: China e Índia.

A Embraer conversa com ambas as nações e novas parcerias podem ser anunciadas em pouco tempo. O modelo é diferente da parceria comercial com a Boeing e visa manter a Embraer na liderança do negócio.

A meta é encontrar uma parceria para montar aeronaves na China ou na Índia, o que aumentaria a produção anual de jatos comerciais da Embraer, que busca retomar o número de entregas de 100 aeronaves por ano.

Tal quantidade foi obtida pela última vez em 2017, com 101 jatos comerciais entregues. O número caiu nos anos seguintes para 90, 89, 44, 48 e 57. No primeiro trimestre de 2023, a fabricante entregou sete jatos comerciais.

“Não estou procurando o mesmo modelo que tínhamos com a Boeing, mas talvez haja uma parceria para montar aeronaves na China ou na Índia. Isso nos ajudaria a atingir a meta de 100 aeronaves por ano ou até mais e expandir as vendas do E2”, disse o presidente e CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, durante uma entrevista à Aviation Week.

Elevar o número de aeronaves entregues significa aumentar a lucratividade do segmento, hoje em baixa em razão das entregas aquém de 100 jatos por ano. Segundo Gomes Neto, a Embraer está hoje “no ponto de equilíbrio comercial”.

“A aviação executiva vai muito bem, com 102 entregas no ano passado. Este ano estamos planejando 120-130 entregas. A produção está crescendo e, com ela, as receitas e os lucros. Se conseguirmos voltar a 90-100 entregas de jatos comerciais, a divisão será lucrativa”, disse o executivo à publicação americana.

Gomes Neto disse que a escassez de pilotos nos Estados Unidos é um entrave para a Embraer, cujas campanhas de vendas atuais somam cerca de 200 novas aeronaves em negociação pelo mundo.

“Teríamos mais oportunidades se não houvesse escassez de pilotos nos Estados Unidos. Nunca vi tantas campanhas de vendas de E-Jets como temos hoje. Agora estamos discutindo mais de 200 aeronaves. Não vamos vencer todas, mas temos boas oportunidades. Acho que agora é a hora de as vendas da E2 ganharem força”, afirmou.

Nesse contexto, China e Índia são estratégicas para a Embraer potencializar as vendas do E2. Na China, a recente visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ajudou a abrir as portas da política, segundo Gomes Neto, e a empresa vem fazendo a sua parte.

ÍNDIA

A Embraer está com um olho na China e outro na Índia, as nações mais populosas do planeta. Na Índia, a parceria pode incluir aeronaves militares. A Índia emitiu recentemente um pedido de informações sobre aeronaves multimissão do tamanho do C-390 Millennium da fabricante brasileira, para até 80 unidades.

Para Francisco Gomes Neto, presidente e CEO da Embraer, o negócio poderia gerar uma “grande oportunidade de parceria”.

“No comercial, estamos trabalhando com algumas das companhias aéreas e esperando que elas optem por jatos regionais. Talvez possamos, no futuro, combinar os dois em uma grande parceria lá”, disse ele em entrevista à Aviation Week.

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