GOVERNO

Documentos vazados dos EUA e União Europeia mostram preocupação com Lula

Presidente brasileiro se aproxima de China e de países do Hemisfério Sul

Por Xandu Alves | 07/05/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Divulgação

Lula na viagem à China
Lula na viagem à China

A reaproximação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de nações como China, Rússia e Irã tem incomodado os Estados Unidos.

A tendência de Lula em buscar relações mais estreitas com nações fora do eixo EUA-Europa pode contribuir, e até acelerar, as mudanças no tabuleiro da geopolítica mundial, com ascensão dos chineses e de outros países do Hemisfério Sul, especialmente os que formam o grupo do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A recente passagem de Lula pela China, com declaração polêmica sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, acendeu a luz amarela nos Estados Unidos.

Informações de uma série de documentos da inteligência americana obtidos pelo jornal Washington Post revelaram que os Estados Unidos estão preocupados com a forma que o Brasil vem lidando com os conflitos Rússia e Ucrânia e EUA e China.

Em um trecho, a inteligência americana aponta para o interesse do presidente Lula em formar um bloco para mediar os interesses dos EUA e da China e por um fim na guerra entre Rússia e Ucrânia.

Além da formação de um bloco para intermediar o conflito, Lula vem apontando que os EUA e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) estariam prolongando o conflito na Ucrânia fornecendo armas ao governo ucraniano. O presidente brasileiro ainda sugeriu, em um futuro acordo de paz, que a Ucrânia abra mão do território da Crimeia.

No entanto, segundo o jornal americano, a iniciativa de Lula tomava forma no mesmo período em que o Brasil recebia dois navios de guerra do Irã, principal desafeto dos EUA no Oriente Médio. As embarcações ficaram por uma semana no Rio de Janeiro apesar de críticas do governo americano e de Israel.

Segundo os documentos, o governo americano acredita que Lula "provavelmente aprovou a escala para reforçar sua reputação como mediador global e polir a imagem do Brasil como uma potência neutra".

No entanto, os EUA analisam que o aval de Lula não indica necessariamente uma grande expansão do relacionamento militar dos dois países, apesar de o Irã, segundo os EUA, esperar por esse tipo de apoio brasileiro.

Ainda sobre o assunto, o documento obtido pelo jornal relembra que os governos do Chile, Argentina, Uruguai e Venezuela recusaram os pedidos do Irã para que as embarcações atracassem em seus países.

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