AMBIENTE

Ambientalistas acionam MP por supostas falhas na futura instalação da CSN em Taubaté

Companhia Siderúrgica Nacional confirmou nesta quinta-feira interesse em abrir uma unidade em Taubaté; prefeitura defende a instalação da fábrica

Por Da redação | 24/03/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Divulgação / Sindicato dos Metalúrgicos

Terreno onde funcionava a Ford tem cerca de 1 milhão de metros quadrados de área
Terreno onde funcionava a Ford tem cerca de 1 milhão de metros quadrados de área

Ambientalistas da região entraram com uma representação junto ao Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) do Ministério Público estadual e também no Ministério Público Federal apontando possíveis irregularidades quanto à instalação de uma unidade da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) em Taubaté.

Nesta quinta-feira (23), representantes da CSN estiveram na cidade confirmando a intenção de implantar um empreendimento industrial na área onde funcionava a antiga fábrica da Ford, em Taubaté. O projeto poderia gerar até 1.000 empregos.

O terreno onde funcionava a fábrica da Ford tem cerca de 1 milhão de metros quadrados de área e, após a montadora fechar as portas, em 2021, foi adquirido por uma construtora de imóveis.

Representantes do Coletivo Desperta São José, da Associação de Favelas de São José e do Fórum Permanente Em Defesa da Vida apontam no documento a falta de consultas e audiências públicas visando o licenciamento ambiental para a instalação da empresa, bem como a apresentação de EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental).

“A CSN é conhecida, há vários anos, pelos inúmeros impactos e degradação ambiental causados em Volta Redonda (RJ), passivos ainda não recuperados, que passam por contaminação do solo, da água e do ar e de moradores locais, inclusive com intervenção da Justiça para serem cumpridos”, diz trecho da representação.

Ainda segundo o grupo, a antiga área da Ford, na qual a CSN pretende instalar sua unidade, também teria passivos ambientais.

“Trata-se de área contaminada registrada pela Cetesb onde até hoje não se tem notícia da recuperação total desta área conhecida como ‘garimpo urbano da Ford’, expondo moradores e ‘garimpeiros de metal’ a diversos riscos de contaminação”, diz outro trecho.

Na representação, os ambientalistas pedem que o Ministério Público estadual e federal apure o que chamam de “falta de preocupação com a saúde ambiental e qualidade de vida da população da cidade e do Vale, esquecendo-se dos graves riscos e impactos ambientais de uma siderúrgica na cidade e seus efeitos sinérgicos e cumulativos”.

“As enchentes em Taubaté, São Luiz, São José e outras cidades da região metropolitana são um exemplo destas mudanças climáticas que devem ser consideradas, antes da liberação de quaisquer empreendimentos poluidores e prejudiciais à saúde, ao meio ambiente e à economia da população do Vale.”

OUTRO LADO

Em nota, a Prefeitura de Taubaté defendeu a instalação da unidade da CSN na cidade, que seria para a produção de embalagens metálicas, com menor impacto ambiental.

“A unidade produtiva de embalagens metálicas executa o beneficiamento do aço realizando apenas o corte, litografia e pintura desse material. O aço chega à unidade em bobinas. Não haverá, nesse empreendimento, a produção industrial do aço, sendo, dessa forma, uma operação com baixa emissão de poluentes”, informou a prefeitura.

A CSN também foi procurada por OVALE para se manifestar. Se o fizer, a matéria será atualizada.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté contestou o número de vagas estimadas de 1.000 empregos. Segundo Cláudio Batista, presidente da entidade, a estimativa é de que 400 vagas sejam criadas. Ainda assim, segundo ele, essa criação de novos postos de trabalho é positiva.

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