EXPORTAÇÕES

Exportações da RMVale crescem apenas 0,8% no governo Bolsonaro; importações caem

Venda ao exterior de combustíveis e óleos minerais lideram ranking no Vale no ano passado, superando produtos de maior valor agregado, como aeronaves e veículos

Por Xandu Alves | 08/02/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Divulgação

Exportações no Porto de São Sebastião
Exportações no Porto de São Sebastião

Uma das regiões mais exportadoras do país, o Vale do Paraíba aumentou as exportações durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) em apenas 0,88% na comparação com os quatro anos anteriores, de acordo com dados do Ministério da Economia.

Sob Bolsonaro, a região exportou um total de US$ 40,8 bilhões entre 2019 e 2022 contra US$ 40,4 bilhões nos quatro anos anteriores, de 2015 a 2018. É preciso registrar que a gestão do agora ex-presidente foi marcada pela pandemia do coronavírus, que impactou a balança comercial brasileira.

Na mesma comparação, as importações caíram 12,7%, com US$ 27,3 bilhões durante o governo Bolsonaro contra US$ 31,3 bilhões nos quatro anos anteriores, o que pode apontar para uma menor atividade industrial no Vale nos últimos quatro anos.

Com isso, a região fechou o período do governo Bolsonaro com um superávit de US$ 13,4 bilhões contra US$ 9,1 bilhões no período anterior, um aumento de 47%, que também deve ser relativizado em razão do aumento do valor do dólar frente ao real.

PRODUTOS

Outra característica das exportações da região durante o governo Bolsonaro foi o aumento da venda de produtos de baixo estágio de industrialização, como commodities, em detrimento da queda na exportação de itens de maior valor agregado, como aeronaves e veículos.

A exportação de petróleo cresceu 69% durante a gestão Bolsonaro na comparação com os quatro anos anteriores, passando de US$ 12,08 bilhões para US$ 20,4 bilhões.

Na mesma comparação, a venda de aviões caiu 40%, diminuindo de US$ 12,4 bilhões para US$ 8,47 bilhões. A exportação de veículos recuou 41%, de US$ 4,54 bilhões para US$ 2,69 bilhões.

Isso fez com que as aeronaves perdessem participação no total do comércio exterior da região. Entre 2015 e 2018, a venda de aeronaves ao exterior representava 35% do total da balança comercial do Vale. O percentual caiu para 20,7% no governo Bolsonaro.

Os veículos também perderam participação e foram de 11% no total das exportações antes do governo Bolsonaro para 6,6% nos últimos quatro anos. Já a exportação de petróleo bruto deu um salto de 29,8% da participação para 50% no governo Bolsonaro.

Ou seja, a venda do material com pouca industrialização superou a exportação das aeronaves da Embraer e dos veículos feitos pela Volkswagen, General Motors e a Caoa Chery, considerados de grande valor agregado e de maior custo.

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