BRANDSTUDIO

Almanaque 1922 digitalizado mostra cidade há um século

Conteúdo abrange características sócio geográficas, economia, personalidades, anúncios e prestação de contas públicas

Por OVALE BRANDSTUDIO | 23/12/2022 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Flávio Pereira/CMSJC

Trabalho é uma cooperação entre Câmara, Univap e Fundação Cultural Cassiano Ricardo
Trabalho é uma cooperação entre Câmara, Univap e Fundação Cultural Cassiano Ricardo




No ano de 1922, a publicação de um almanaque, digitalizado e disponibilizado pelo Pró-Memória, reuniu diversas informações sobre o município, como características geográficas, sociais e econômicas, biografia de joseenses ilustres, além de contar a história da cidade que antes se chamou Villa Nova de São José, Villa de São José do Sul e Villa de São José do Parahyba. Organizado pelo jornalista Napoleão Monteiro e ilustrado com mais de 100 fotografias em preto e branco, trazia uma lista com mais de mil nomes de agricultores, industriais e comerciantes.

A população na época chegava a 38 mil habitantes. O café era a principal cultura, produzindo cerca de 150 mil arrobas ao ano para exportação. Também menciona os cultivos de cana-de-açúcar, fumo e grãos. Entre as manufaturas, sobressai a fábrica de louças Santo Eugênio, de Bonádio, Lorenzoni e cia, em funcionamento havia apenas 6 meses.

As construções de destaque eram: igreja matriz, duas escolas (uma delas o Grupo Escolar Olympio Catão, com 480 alunos matriculados), sanatório Vicentina Aranha, teatro, novo mercado municipal em construção, coletoria estadual, Câmara, fórum e cadeia. O policiamento estava dividido entre 4 subdelegacias: São José, Santa Cruz, São Francisco Xavier e Eugênio de Melo. A cidade era iluminada com energia elétrica, abastecida com água encanada e a rede de esgoto estava em construção. Um capítulo todo é dedicado ao bairro de Santana.

Entre as personalidades citadas estão o prefeito João Cursino, o professor Sebastião Hummel, o coronel José Monteiro e o médico João Guilhermino. Conforme o conceito de almanaque, a publicação contém calendário de 1922 e 1923, com o santo do dia, datas festivas e feriados. E ainda anúncios publicitários de estabelecimentos comerciais, tais como lojas, hotéis e farmácia.

Ao final, há uma prestação de contas da Câmara sobre o orçamento da cidade no ano anterior, em que o saldo das receitas e despesas foi de 144 contos (ou milhões) de réis. A arrecadação era composta por taxa de água e sanitária, imposto de indústrias e profissões, renda do cemitério, do mercado e matadouro, imposto predial e de viação. A demonstração de despesas inclui obras, limpeza pública, iluminação, extinção de formigueiros e um empréstimo feito em 1912.

O Correio Joseense, que vendia o almanaque, noticiou em sua edição de 25 de junho daquele ano o comentário do Correio Paulistano: “recebemos um exemplar e trata-se de um trabalho completo, com dados estatísticos, históricos e da atualidade; dá uma ideia precisa do progresso da aprazível cidade às margens do rio Paraíba”.

O Pró-Memória resulta de um acordo de cooperação entre a Câmara, a Univap (Universidade do Vale do Paraíba) e a Fundação Cultural Cassiano Ricardo, com o objetivo de preservar e divulgar a história da cidade por meio da digitalização e disponibilização online de materiais sob a guarda do Arquivo Público. No acervo é possível pesquisar fotografias, jornais e revistas, documentação forense e administrativa, manuscritos, além de trabalhos acadêmicos.

Receba as notícias mais relevantes de Vale Do Paraíba e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.