FÉ & VIDA

De um grupo de 12 pessoas, Jonas Abib fundou Canção Nova e deixa legado de esperança

Monsenhor morreu aos 85 anos e construiu obra que recebe mais de 1 milhão de visitantes por ano

Por Xandu Alves | 17/12/2022 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

Divulgação

Jonas Abib montou o primeiro grupo de formação em Queluz, com 12 jovens
Jonas Abib montou o primeiro grupo de formação em Queluz, com 12 jovens

Pertinho de Deus

Aos 85 anos, monsenhor Jonas Abib deixou a vida terrena para entrar na vida eterna, a mesma que ele cantou, celebrou e rezou durante toda a sua vida como sacerdote e missionário.

Nascido na cidade paulista de Elias Fausto em 21 de dezembro de 1936, de pais de ascendência sírio-libanesa e italiana, Jonas Abib herdou a religiosidade e o amor pela vida da família. Aos 12 anos, mudou-se para Lavrinhas, onde começou seus estudos na Congregação Salesiana.

Estudou em Lorena e São Paulo e foi ordenado sacerdote em 1964, adotando o lema “Feito tudo para todos”. Na capital, ele começou os trabalhos com os jovens promovendo encontros e retiros. A missão com a juventude ganhou impulso em 1971, quando Jonas Abib ingressou na RCC (Renovação Carismática Católica).

Montou o primeiro grupo de formação em Queluz com 12 jovens – número simbólico para os cristãos –, que daria a ele a certeza do caminho a ser seguido.

Em fevereiro de 1978, Jonas Abib fundou a Comunidade Canção Nova, cuja missão é evangelizar por meio de encontros e dos meios de comunicação social, sem esquecer a música.

“Em Queluz, ele conduzia com alguns jovens um catecumenato e fez o chamado para quem queria viver em comunidade, já como Canção Nova. Foram 12 jovens e ali começou o sonho”, disse o padre Márcio José do Prado, membro conselheiro encarregado dos clérigos da Canção Nova.

Prado também foi um jovem que encontrou a missão nas pregações e no trabalho de Jonas Abib. Nascido em São José dos Campos, ele entrou em grupos de oração para encontrar uma companheira de vida. Acabou despertando a vocação para a vida religiosa.

“Passei a frequentar os grupos de oração da RCC para encontrar alguém. As pregações, o pessoal falava de Canção Nova e eu não entendia, mas o grupo vivia como a Canção Nova, uma vida comunitária, de oração e trabalho”, contou.

“Entrei em contato com a Canção Nova e passei a fazer o caminho vocacional e me descobri como um seguidor da comunidade. Comecei em 2002 e entrei em 2003, fazendo todo o estudo na Canção Nova e vivendo o carisma. Me ordenei padre em 2009. Hoje moro em Cachoeira Paulista”, afirmou Prado.

Para ele, monsenhor Jonas Abib foi o responsável por despertar a vocação de milhares de jovens, seja para a vida religiosa ou a de leigo consagrado, ou ainda de comunicador ou músico, arte que estava na alma de Abib. “Ele foi pioneiro na música católica e em introduzir a música na liturgia, incentivando o uso de vários instrumentos na missa”.

Prado disse que o legado de Jonas Abib foi empolgar seus seguidores e dar a eles a “sede de santidade, de buscar a santidade, de buscar o céu, de viver o Evangelho e a palavra de Deus. Ele é o homem da palavra, carismático, mariano, comunitário e da Igreja. Destaco esse homem que nos ajudou a viver a santidade”.

Mesmo sem seu fundador, na avaliação do sacerdote, a Canção Nova continuará progredindo. “Ele nunca foi centralizador e preparou a todos nós e as dezenas de casas e unidades espalhadas pelo Brasil e o mundo para seguirmos firmes na vocação e na missão”.

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