FRAN GALVÃO

Roupa com memória: ressignificando nossas peças e a nova onda dos brechós

Por Fran Galvão | 12/11/2022 | Tempo de leitura: 2 min
Consultora de Imagem e Estilo

Divulgação

Roupa com memória: ressignificando nossas peças e a nova onda dos brechós
Roupa com memória: ressignificando nossas peças e a nova onda dos brechós

Além de ajudar a economia girar com sustentabilidade, podemos dizer que assim como na natureza, nos brechós nada se perde, tudo se transforma.

Diz a lenda que a palavra "brechó" é, genuinamente brasileira e surgiu em homenagem a um comerciante chamado Belchior que, no século 19, abriu uma loja de produtos usados no Rio de Janeiro. O “boca-a-boca” era o principal meio de propaganda e o sucesso foi tanto que a "Loja do Belchior" virou "brechó".

Muito já escutamos sobre os brechós e que atire a primeira pedra quem nunca torceu o nariz para a ideia de comprar peças em um. Já chegou a ser um tabu. Aliás, quem nunca escutou alguém supersticioso dizer que as peças retem a energia dos antigos donos e por isso preferem não comprar? Imagina só que loucura se isso fosse verdade! Ainda bem que estamos presenciando uma mudança na percepção e na aceitação da sociedade na cultura da moda circular e do consumo consciente, passando de estigmatizada para informação de moda.

Uma das etapas na Consultoria de Imagem é o que chamamos de closet cleaning, onde identificamos de modo estratégico e intencional aquilo que não funciona mais para nosso momento atual de vida, seja porque nossa imagem e objetivos de imagem mudaram, seja porque não serve mais. Há também aquelas peças que nunca deveriam ter entrado em nosso guarda-roupa, as tais “onde eu estava com a cabeça quando comprei isso?” – ou como costumo chamar, as peças mais caras do guarda-roupa, aquelas que compramos e não usamos.

Seja durante um processo como esse ou até mesmo por um momento de pleno desapego, os brechós estão cada vez marcando mais presença no cenário da moda e provando que são um destino bem interessante para aquelas peças que não nos identificamos mais.

Eu mesma me surpreendi recentemente ao trabalhar o desapego dentro do meu closet. Levei minhas peças até o Amor de Brechó Boutique e tive um resultado muito positivo, tanto financeiramente como em ter a oportunidade de presenciar uma senhora apaixonada por um vestido que foi meu e externalizar planos para ele. Um vestido que cumpriu seu papel lindamente comigo e agora irá fazer o mesmo ao lado dessa senhora.

Segundo Livian Vieira e Denise Sampaio sócias do Amor de Brechó Boutique: “enxergamos cada vez mais o grande impacto socioemocional que os brechós causam, resgatando valores, elevando a autoestima, ressignificando peças antigas, conscientizando sobre o quanto o circular traz benefícios financeiros e ambientais. Somos mais que um brechó, somos amor e acolhimento.”

As sócias ainda reforçam que “o mercado circular nos propõe um estilo de vida mais sustentável, onde giramos a economia de maneira mais sensata e equilibrada, eliminando os exageros e ressignificando valores.”

A organização do espaço, a limpeza, higienização das roupas e acessórios, a boa apresentação do local são fatores que contribuem para diminuir a resistência da sociedade em relação a esse tipo de consumo e começar a ser visto como um caminho possível para se reinventar e andar na moda.

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