Já sabemos que polêmicas na indústria da moda são sempre tendências. Trocadilhos a parte, também já conversamos muito por aqui que ser tendência na moda nem sempre é algo bom.
Mais uma vez, uma gigante da fast fashion tem seu nome vinculado aos trend topics devido a sua cadeia produtiva. A gigante chinesa Shein, uma varejista de roupas on line, que já superou gigantes na moda como Zara e H&M juntas, foi acusada de pagar menos de um centavo por peça produzida e condições de trabalho completamente em desacordo.
Os preços baixos e a produção incrivelmente rápida fizeram da Shein um nome consolidado entre a geração Z. Mas a notícia veio à tona através da emissora britânica Canal 4, que com uma repórter disfarçada de candidata a uma vaga, filmou duas fabricas que fornecem peças para a empresa na China.
Outras acusações levantadas são sobre o manuseio incorreto de dados de clientes e claro, a “cultura de roubo de design” ou cópia de itens de outras marcas, os tais “parecidinhos” em jargão fashion.
A Shein respondeu as acusações dizendo “Estamos extremamente preocupados com as reclamações apresentadas pelo Canal 4, que violariam o Código de Conduta acordado por todos os fornecedores da Shein. Qualquer não-conformidade com este código é tratada rapidamente e encerraremos parcerias que não atendam aos nossos padrões. Solicitamos informações específicas do Canal 4 para que possamos investigar”. Paralelo a isso, lançou nesta última segunda-feira 17 de outubro, o Shein Exchange, uma plataforma de troca e revenda de produtos em segunda mão (por enquanto disponível somente nos Estados Unidos), com o intuito de sensibilizar os consumidores para o desperdício de têxteis.
A verdade é que notícias como essas e soluções (ou ações) duvidosas quanto a genuinidade não são novidades. Mas a pergunta que precisamos fazer é o quanto, nós consumidores, somos coniventes com essa situação?
O quanto estar na moda somado a querer pagar menos nos faz esquecer que quando uma blusa custa menos que um café, alguém está pagando a conta.
As fast fashion nos fizeram acreditar que podemos (e devemos) seguir absolutamente todas as tendências de moda apontadas. Que hoje compramos uma blusa porque está na moda e se amanhã não estiver mais - está tudo bem - descartamos e compramos uma nova.
Lógico que preço é importante, eu quero preço bom, também quero pagar menos. Longe de mim também te desanimar a comprar peças novas, também amo um novo look. Mas é preciso pensar no lixo têxtil que estamos gerando e o quanto nossas escolhas são responsáveis por isso.
Não pense você que estou imune a toda essa avalanche de “tem que ter” ou de “look do dia”, absolutamente não estou. Assim como muitas de vocês já olhei para o meu closet lotado e repeti a celebre frase “não tenho nada para vestir”. Hoje, como Consultora de Imagem e Estilo, sei que temos muito mais looks potenciais do que imaginamos no nosso guarda-roupa. O que acontece é que - ao mesmo tempo que somos bombardeadas por informações e uma moda fugaz que muda o tempo todo - não treinamos nosso olhar para novas possibilidades e tendemos a usar os looks e combinações que já conhecemos (a famosa zona de conforto).
Pense nisso! Nossas futuras compras podem ser mais inteligentes e com mais estilo!