SAÚDE

Viroses típicas de verão podem ser graves; saiba como se prevenir

Por Patrícia Pasquini | da Folhapress
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/Prefeitura de Guarujá
Baixada Santista registrou um surto de norovírus no início deste ano
Baixada Santista registrou um surto de norovírus no início deste ano

Calor e férias pedem cuidados com a saúde. No último verão, cidades do litoral paulista ficaram lotadas de casos de viroses gastrointestinais. A jovem Amanda Caroline Resende de Oliveira, 29, morreu no dia 4 de janeiro em Cristais Paulista, no interior do estado, após um quadro forte de virose. Ela havia voltado de Guarujá dois dias antes.

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, os surtos na Baixada Santista foram causados pelo norovírus. Porém, gastroenterites (inflamação que acomete o estômago e os intestinos) e gastroenterocolites (estômago, intestino delgado e cólon) também podem ser provocadas por bactérias e parasitas. Os sintomas e as formas de tratar são iguais.

Em ambas as condições, a transmissão se dá via fecal-oral e contato com água e alimentos contaminados. Os sintomas são náusea, vômito, diarreia e dor abdominal, e podem ocorrer também dores musculares, cansaço, dor de cabeça e febre baixa.

"Os quadros virais são mais leves e curam em três a cinco dias. Geralmente, os principais causadores são norovírus, rotavírus e adenovírus", diz Gustavo Patury, cirurgião do aparelho digestivo da Rede D'Or.

"As gastroenterites bacterianas são piores. A febre é mais alta, a dor abdominal, muito forte, quadros de diarreia de até dez vezes ao dia, e os sintomas podem perdurar por 14 dias, a depender do tipo de diarreia, que pode vir acompanhada por muco e sangue. Um dos principais problemas da gastroenterite é a desidratação", acrescenta.

Se o paciente não consegue conter a diarreia, nem se hidratar, o ideal é procurar um pronto-socorro, em especial crianças, idosos e pessoas com comorbidades. A desidratação grave é um fator que pode desencadear pancreatite aguda (inflamação do pâncreas).

Segundo o especialista, o aumento da temperatura, o consumo de refeições fora de casa e o armazenamento inadequado de alimentos favorecem a contaminação.

Dicas para prevenir viroses típicas de verão

- Sempre lave as mãos com água e sabão, principalmente depois de usar o vaso sanitário e antes de preparar e consumir alimentos;

- Se possível, use álcool em gel;

- Higienize os alimentos, principalmente se forem consumidos crus, como salada. Mergulhe os vegetais em solução de hipoclorito de sódio (a 1%, dilua duas colheres de sopa para cada litro de água). Faça o mesmo com as frutas;

- Evite alimentos que estiverem mais de duas horas fora da geladeira;

- Cuidado com maionese, cremes, queijos, carnes, peixes e frutos do mar;

- Lave bem os utensílios domésticos;

- Evite o compartilhamento de talheres e copos; pessoas já infectadas podem estar num período de incubação e pouco ou nada sintomática, mas já transmitindo a doença;

- Não entre no mar de praias impróprias para banho;

- Hidrate-se; em caso de diarreia deve-se optar por isotônico, soro de hidratação, água de coco ou suco de fruta;

- Beba água filtrada, mineral ou fervida;

- Só compre gelo se conhecer a procedência. O mesmo vale para a água mineral de galão, que precisa ser higienizado antes de ser colocado no filtro;

- Evite consumir alimentos preparados em locais sem condições de higiene, de vendedores não autorizados ou de origem duvidosa;

- Nos lanches e refeições fora de casa, prefira os locais com maior rotatividade de clientes e boa avaliação sanitária.

Durante as crises gastrointestinais, além de reforçar a hidratação, dê preferência a alimentos leves ?arroz, frango, frutas, bolacha de água e sal, torrada e creme de maçã sem casca são indicações. Não force a alimentação. Evite doces, gorduras e derivados de leite.

Remédios para tratar os sintomas podem ser utilizados, mas a recorrência e a persistência do quadro são sinais de alarme para buscar um pronto-socorro.

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